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A série de denúncias apresentadas nos últimos tempos pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra políticos brasileiros e empresários – algumas já transformadas em ações penais julgadas – trouxe à tona as vísceras de um sistema que há muito os brasileiros sabiam estar de mal a pior, provocando surpresa não pela doença mas pelo grau de deterioração causado a um organismo que, sabe-se lá como, ainda resiste. As feridas foram expostas. E são repugnantes.
Somente em quatro das denúncias apresentadas contra 34 políticos, pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, passa dos R$ 3 bilhões o montante desviado, conforme revelou reportagem do jornal O Globo. Entre os denunciados, o ex-deputado federal potiguar, ex-ministro do Turismo, e aliado de toda hora do presidente ilegítimo, Michel Temer: Henrique Eduardo Alves.
Na denúncia contra Henrique – preso no quartel da PM, em Natal –, detalhes de como os valores desviados abasteciam as campanhas eleitorais em cidades potiguares e na disputa pelo Governo do Estado. Além do enriquecimento ilícito, a conquista do poder em processos eleitorais mostrou-se o maior objetivo das máfias políticas descobertas nos últimos anos.
O dinheiro da corrupção foi quem bancou – e ainda banca – a eleição de vereadores, prefeitos, deputados, senadores e presidentes. Com o esquema descoberto e a prisão de líderes antes considerados intocáveis, surge a dúvida sobre quem financiará as próximas campanhas eleitorais. Mais ainda, quem ganhará esta batalha? A ousadia e enfrentamento de políticos criminosos na busca pela manutenção do mesmo sistema corrupto, ou a moralidade num processo de escolha verdadeiramente democrático?
As feridas estão expostas. Resta saber se cicatrizarão ou estarão supuradas.