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Assembleia põe servidores do Estado na berlinda sem garantias do Governo Temer
30 de janeiro de 2018

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O discurso de que a aprovação do pacote de ajuste fiscal enviado pelo Executivo à Assembleia Legislativa está condicionada à recuperação da Previdência Social do Rio Grande do Norte pelo governo Temer sofreu um duro revés desde a semana passada após reunião entre representantes de todos os Poderes do Estado e a equipe da secretaria do Tesouro Nacional. Sem as garantias de que o Governo Federal vai estender a mão ao Estado após a aprovação do pacote aumenta a responsabilidade dos deputados estaduais.
Nesta terça-feira (30) estão previstas as votações de cinco projetos que atacam diretamente direitos conquistados pelos servidores ao longo do tempo: a extinção dos adicionais por tempo de serviço; o fim do abono especial; a instituição da previdência complementar; limite para as diárias operacionais, além do projeto que disciplina o recolhimento da contribuição previdenciária do servidor. O aumento da alíquota previdenciária de 11% para 14% também estava previsto para ir a plenário, mas o projeto ainda não passou em todas as comissões.
Setores do Governo que acreditavam na proposta da secretaria do Tesouro Nacional saíram decepcionados com os encaminhamentos de Brasília. “Foi um balde de água fria”, afirmou um representante do Executivo, que esperava sinalizações mais concretas em relação ao “socorro financeiro” que a equipe econômica e de planejamento do Governo Federal prometera caso as medidas de ajuste fossem aprovadas pela Assembleia Legislativa.
- O Tesouro não assinalou, não trouxe nada. O Governo esperava que o Tesouro oferecesse algo de concreto diante da crise que fortemente vem afetando o Estado. E que o Rio Grande do Norte pudesse ser incluído de alguma forma na lei 159/2017 que instituiu o Regime de Recuperação Fiscal para Estados que devem muito à União e que, embora a dívida do Estado seja pequena, ou seja, como bom pagador, pudéssemos ser incluídos de alguma forma. Mas não trouxeram nada. O que você quer ouvir de uma missão do Tesouro é um empréstimo.
De acordo com outro interlocutor da gestão Robinson Faria, a única indicação do Tesouro Nacional foi o envio de uma equipe técnica para auxiliar o Estado a se desfazer de ativos, a exemplo da CAERN e da Potigás. Por enquanto, o governo Robinson mantém a promessa de não privatizar a CAERN. Por outro lado, um dos projetos enviados para a Assembleia prevê a venda da Potigás
- O Tesouro veio aqui para se oferecer para comprar os ativos do Estado. Disseram: “Bom, se vocês quiserem privatizar a CAERN e a Potigás é conosco”. E ninguém estava querendo ouvir isso.