O Alvorecer de um novo tempo
Natal, RN 29 de mar 2024

O Alvorecer de um novo tempo

29 de janeiro de 2018
O Alvorecer de um novo tempo

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Bom dia, meus amigos. Vocês notaram que o sol voltou a brilhar no céu da pátria nesse instante? Que o mar está mais verde, o mundo mais feliz, o sorriso aberto estampado no rosto de cada brasileiro denuncia que chegamos a um novo tempo, a uma nova era prometida e há muito merecida por cada brasileiro, esse povo esforçado, sofredor, mas que agora poderá ver recompensada sua luta em prol de uma vida melhor. Eu, assim como todos vocês, estou exultante com o desempenho deste grupo de homens, ungidos por Deus, obstinados a resgatar o país do fundo deste fétido e abjeto lodaçal de infâmia. Homens de bem, dispostos a se unir em torno de um projeto comum, aferindo culpa a quem estava se preparando para nos conduzir mais fundo no poço de inconsequência política e de programas sociais irresponsáveis que nos levou à ruína. Não, não, isso não. Isola! Bate o martelo 3 vezes na mesa de madeira de lei e condena de vez esse homem para salvar o país. Louvados sejam os homens de toga! Aliás, a felicidade que marca esta nova era é contagiante. Comigo, portanto, não poderia ser diferente. Permiti-me contaminar.

Por isso, é com muita alegria que venho aqui anunciar a todos que: mudei. Acordei hoje disposto a deixar para trás as disputas, a seguir em frente, a construir junto com todos os meus leitores uma ponte de entendimento que nos conduzirá a um novo tempo de bem estar e prosperidade. Uma ponte de todos, uma ponte para o futuro! É isso mesmo que vocês estão lendo. Resolvi aderir. A partir deste momento, tomando a presente coluna como ponto de partida, anuncio oficialmente meu ingresso de corpo, alma e militância nesta nova direita que pretende salvar o país.

Por favor, não me levem a mal. Vocês precisam entender. É que eu simplesmente caí na real. Tomado por um sentimento de arrebatamento pelo fim da corrupção e pela reversão de expectativa observada desde a semana passada, quando a condenação do Lula, encontro-me em estado de graça. Sempre sonhei em ver o Brasil livre dos mal feitos e, agora que conseguimos, juntos, nós: o povo brasileiro, que fomos às ruas pedir o Impeachment, podemos tocar outros projetos de extrema importância para o país. E vamos conquistar bastante porque agora tudo mudou. O clima é de união. Não tem mais aquela coisa de “nós e eles”, todo mundo agora está de um mesmo lado, o lado do Brasil.

Tem também o fato de eu ter feito uma autoanálise, uma autocrítica contundente e concluir que não me restava alternativa. Eu já andava meio por fora em grupos de amigos, ex-colegas de escola e em tantos outros lugares. Teve uma mulher que não poupou críticas, comparando-me a artistas da laia de Chico Buarque e Luís Fernando Veríssimo. Nossa, como é duro isso! Agora, poderei dizer a ela que estou do lado dos bons: Alexandre Frota, Lobão e Suzana Vieira. Ah, sim, claro! Tem várias pessoas da minha família filiadas ao PMDB e ao Partido Novo. Ou seja: sangue “golpista” corre em minhas veias. Estava na hora de aderir.

Aliás, não me venham dizer que vocês não enxergaram também. Os sinais estão em todos os lugares. As TVs, os jornais e os portais também já anunciam os bons ventos a soprar prosperidade. O Dólar caiu, a inflação baixou, a seleção voltou a jogar bem e as reformas vão passar! Temos agora a oportunidade para que as pessoas trabalhem mais e deixem dessa indolência alimentada por assistencialismo barato, corrosivo ao ânimo do trabalhador.

Claro que, num primeiro momento, fica o estranhamento, né verdade? O que fazer agora que estamos livres da corrupção? Logo agora que eu tinha comprado um novo conjunto de panelas e já estava pronto para estrear nas eleições? E os textões em redes sociais? Contra quem ou o que, a gente vai se revoltar? Haja vídeos de cachorros e gatos, fotos de comida e selfies para suprir este vazio em nossas postagens. Mas, enfim, toda transição exige um tempo de adaptação, por melhor que seja a nova situação.

A única coisa a me deixar um pouco contrariado é perceber que ainda existe uma minoria, aliás, diversas minorias, protestando contra algumas atitudes firmes, porém necessárias, que o governo precisou tomar. Mas é como diz um pai ao dar um carão num filho: “é pro seu bem!” Mas tenho certeza que isso não passa de uma implicância de uma turma de amigos que gosta de ser “do contra”, que insiste em aparecer. Inclusive, já percebi: tem muito artista no meio. Mas não é disso que artista gosta? De performance? Então? Tá explicado.

Agora, é seguir em frente, com um sorriso no rosto, e o futuro do Brasil em mente!

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