batidas de pedras
cobrem o peito
ferido
com punhal de silêncio
e lama
barrigas crescem
e gelam
no encontro com grades
cimento queimado
cinzas
sentem o ferro frio
que limita horizontes
corta futuros
varre dias e noites
corpos mergulhados
em ventres
nada livres
nadam inocentes
do cheiro de sangue
metal bruto
na pele de tantos caminhos
esperança desenha pegadas
veja o sol nasce redondo
na pupila de uma criança
toda mulher tem direito ao parto seguro
toda criança tem direito de ser livre