O empresário Flávio Rocha vem admitindo em entrevistas a intenção de disputar a presidência da República nas eleições de outubro. Nesta quarta-feira (21), ele confirmou o desejo à agência Reuters, citando conversas com seis partidos para acertar filiação até 7 de abril.
No início da semana, coube a um dos líderes do Movimento Brasil Livre (MBL), Kim Kataguiri, lançar o dono das lojas Riachuelo à sucessão de Michel Temer. Em artigo publicado pelo jornal Folha de São Paulo, Kataguiri apresentou o empresário como uma espécie de Bolsonaro que entende de economia. “Flávio Rocha é o candidato do MBL”, avisou o jovem, pré-candidato à deputado federal pelo DEM, em São Paulo.
Embora pareça natural na política, as traições não costumam ser facilmente digeridas pelo eleitorado. Em fevereiro, antes de lançar o movimento Brasil 200 em Natal, Flávio Rocha concedeu uma entrevista coletiva para os jornalistas da cidade. Diante da insistência dos repórteres em saber se o empresário toparia disputar a presidência da República, ele afirmou que não. Segundo o dono das lojas Riachuelo, uma eventual candidatura seria, nas palavras dele, “uma traição” ao movimento Brasil 200:
– Seria um grande desserviço, até uma traição a essa grande descoberta, que foi o Brasil 200. Uma candidatura de afogadilho, de última hora… iríamos comprometer todo o poder de influir e de participar do processo que o Brasil 200 está nos abrindo.
Flávio Rocha vem repetindo que o empresário precisa sair da moita.
Faz sentido.
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