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Depois de atacar direitos históricos conquistados pelos trabalhadores no país como relator da reforma trabalhista, que alterou mais de 100 artigos da CLT, o deputado federal Rogério Marinho (PSDB) partiu para a ofensiva contra os movimentos sociais. O parlamentar potiguar protocolou na Câmara dos Deputados projeto que inclui movimentos sociais e políticos na lei antiterror nº 13.260, de 16 de março de 2016, editada ainda no governo da ex-presidenta Dilma Rousseff. A penalidade para quem for enquadrado na lei hoje vai de 5 a 8 anos de prisão, além de multa.
O projeto criminaliza movimentos sociais, manifestações políticas de rua e classifica manifestantes como “vândalos, baderneiros, desocupados e terroristas”. Ele critica a lei antiterror em vigor por não classificar como ações terroristas manifestações políticas, sociais, sindicais e religiosas cujos atos e protestos tenham ocasionado “invasão de prédios públicos, de propriedade privada, urbana ou rural, bloqueio de vias públicas, impedimento ou tentativa de impedimento do direito de ir e vir, depredação ou destruição de máquinas, equipamentos, instalações, prédios ou plantações”.
- Movimentos sociais e manifestações políticas que cometem atos terroristas planejados devem estar enquadradas no crime de terror. Este Projeto de Lei visa exatamente repor a ordem natural e a lógica jurídica excluindo a exceção criada pela Lei antiterror nº 13.260, de 16 de março de 2016. Ao dar fim à exceção de punição dada a movimentos sociais e políticos mesmo que cometam atos vis de terrorismo, este projeto de Lei é a reafirmação da defesa da Constituição brasileira, das garantias individuais, do estado de direito e da livre manifestação no País. A lei deve ser para todos e tal fato nos separa da barbárie, dos atalhos inconstitucionais e da leniência perigosa em aceitar atos de terror em reivindicações políticas e sociais de qualquer ordem.
Pela proposta genérica de Rogério Marinho, uma passeata que atrapalhe o trânsito na rua e impeça o direito de ir e vir do cidadão pode ser considerado um ato terrorista. Para ele, protestos com centenas de pessoas organizadas nas ruas geram terror na população:
- Virou comum ver, no país, centenas de pessoas organizadas saírem às ruas para causar tumulto, bagunça e depredação; geram terror na população. Participam de ações planejadas e financiadas com o claro objetivo de espalhar medo intenso e chamar a atenção dos meios de comunicação para fins propagandísticos. Afrontam policiais com violência. Provocam, incendeiam pneus, espalham lixo e quebram o patrimônio de pessoas que levaram uma vida de trabalho e esforço para construir.
Autor do projeto, Rogério Marinho responde a seis inquéritos no Supremo Tribunal Federal por corrupção, lavagem de dinheiro, crime contra a ordem tributária, peculato e falsidade ideológica. O inquérito mais recente foi aberto em 2 de março pelo ministro Gilmar Mendes e diz respeito a uma dívida de R$ 1 milhão referente à campanha para prefeito de Natal em 2012. Marinho nega todas as acusações.