Análise das contas de Robinson é um jogo entre compadres

Nas galerias da Assembleia Legislativa, o deputado Getúlio Rêgo (DEM) explicava essa semana a um grupo de pessoas porquê não votaria a favor do relatório do TCE, que reprovou as contas de 2016 da gestão Robinson Faria (PSD).

Segundo o parlamentar, o voto na Assembleia é político e, apesar de fazer oposição ao governador, deseja derrotá-lo nas urnas, e não cassando-lhe o mandato.

Há poucos dias o deputado Nelter Queiroz (MDB) expôs raciocínio curioso. Na visão dele seria uma tradição da Casa referendar a contabilidade do Governo, independente dos erros, crimes e de quem esteja lá. E o TCE, segundo o parlamentar governista, não tem credibilidade alguma para reprovar contas em razão dos caráter político da escolha de seus conselheiros.

As contas de 2016 da atual gestão foram reprovadas em dezembro pelo TCE por unanimidade. Por 7 a 0, os conselheiros apontaram 14 irregularidades na contabilidade do Governo, incluindo crime de responsabilidade em razão de um decreto de suplementação orçamentária sem autorização do legislativo.

Na quarta-feira (25), Getúlio Rêgo foi escolhido relator das contas da ex-governadora Rosalba Ciarlini (PR) referente a 2013, que na época em que governou o Estado pertencia aos quadros do DEM, partido de Getúlio.

Já o processo das contas de Robinson terá como relator o padrinho de um dos filhos do governador, deputado José Dias (PSDB), principal nome tucano que faz força para levar o Partido a apoiar a reeleição do compadre.

Os relatórios devem ser concluídos até a próxima quarta-feira, 2 de maio, quando seguem para votação na comissão de Finanças e Fiscalização.

 Até o momento, o governador não tem motivos para perder o sono.

O jogo é entre compadres.