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Violência no campo bate recorde e registra 70 assassinatos em 2017
17 de abril de 2018

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Vinte e dois anos depois do maior massacre no campo já registrado no país, quando 19 trabalhadores sem-terra foram assassinados em Eldorado dos Carajás, os números da violência no campo seguem aumentando. Relatório da Pastoral da Terra divulgado nesta terça-feira (17) apontou que, em 2017, o número de homicídios no campo chegou a 70, um aumento de 15% em relação a 2016. Na lista de ocorrências, quatro massacres foram registrados na Bahia, Mato Grosso, Pará e Rondônia. Dos 70 assassinatos em 2017, 28 ocorreram em massacres, o que corresponde a 40% do total. Desde 2003, quando 73 pessoas foram assassinadas na zona rural do país, a violência no campo era tão grande.
A Comissão Pastoral da Terra ressalta, no entanto, que nem todos os crimes são registrados. “A publicação da CPT é apenas uma amostra dos conflitos no Brasil”, dizia Dom Tomás Balduino, bispo emérito de Goiás (GO) e um dos fundadores da Pastoral.
Os assassinatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais sem-terra, de indígenas, quilombolas, posseiros, pescadores, assentados, entre outros, tiveram um crescimento brusco a partir de 2015. O estado do Pará lidera o ranking de 2017 com 21 pessoas assassinadas, sendo 10 no Massacre de Pau D’Arco; seguido pelo estado de Rondônia, com 17, e pela Bahia, com 10 assassinatos.

