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MST sofre terceiro atentado em Mossoró e Governo ainda não se pronunciou
3 de maio de 2018

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A Comuna Urbana do MST sofreu o terceiro atentado na madrugada desta quinta-feira (3), em Mossoró. Dessa vez, no entanto, não houve tiros. Um grupo desconhecido destruiu barracas e pertences. A Agência Saiba Mais entrou em contato com a assessoria de comunicação da secretaria de Estado de Segurança Pública e aguarda posicionamento do Governo sobre o terceiro ataque sofrido pelos trabalhadores e trabalhadoras sem-terra.
O MST divulgou nota oficial sobre o atentado desta madrugada. Confira comunicado, na íntegra.
O Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) vem comunicar a toda a sociedade e, especialmente, às autoridades públicas que, nesta madrugada do dia 03 de maio, foi praticado o terceiro atentado contra a Comuna Urbana organizada pelo movimento, situada na BR 304, em Mossoró-RN. Os dois ataques anteriores aconteceram nos dias 25 de abril e 01 de maio, todos pela madrugada, com tiros que deixaram as famílias em pânico e feriram alguns ocupantes.
Desta vez, um grupo desconhecido novamente entrou na ocupação e destruiu barracas e pertences. Em razão do agravamento da insegurança nos últimos dias, as famílias tinham sido orientadas a dormirem fora da Comuna e, por essa razão, não houve feridos.
Este triste episódio só demonstra que a violência contra os movimentos sociais populares está cada vez mais intensa e a necessidade de uma atuação urgente dos entes estatais sobre a situação, antes que ocorra alguma tragédia. É preciso que as autoridades investiguem com rapidez a origem dos atentados, garanta a segurança das 220 famílias acampadas e iniciem o diálogo para atendimento das reivindicações apresentadas.
Enfatizamos, mais uma vez, que a área ocupada pertence ao Estado do Rio Grande do Norte e não cumpre sua função social. A Comuna é um ato político que denuncia esse descaso e exige que a função social daquela terra seja cumprida atendendo ao direito à moradia de famílias que não têm casa.
A especulação imobiliária em Mossoró resiste a essas reivindicações e procura incorporar terras públicas ao patrimônio privado, mesmo que por meio da violência. No entanto, resistimos defendendo que os bens públicos devem se voltar ao benefício do povo e que a moradia é um direito fundamental de todos e todas.
Mossoró, 03 de maio de 2018.
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