Veríssimas
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29 de maio de 2018
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A história e a literatura nos concedem toda uma infinidade de mulheres e homens geniais, pessoas que nos legaram obras imortais e cujos textos podem ser lidos, relidos e consultados em busca de conteúdo qualificado capaz de conferir a nossas vidas um maior grau de conhecimento, opiniões melhor embasadas, bagagem cultural e teórica para nos converter, se não em gênios do mesmo quilate dos autores dos grandes textos, pelo menos em destaques na multidão de bestas que esses tempos de redes sociais faz crescer a cada dia.

Em meio a estes seres de córtex cerebral privilegiados e rapidez de raciocínio maior que a maioria que tanto veneramos como leitores ou consumidores de suas criações há ainda aqueles que trazem consigo um dom adicional, também raro hoje em dia, o da brevidade. São pessoas que se destacam como grandes frasistas e dotados de uma capacidade quase ilimitada de produzir pílulas de sabedoria com sentenças definitivas acerca deste ou daquele tema.

Um destes gênios criativos que durante muitas décadas foi o maior cronista do Brasil é o Luís Fernando Veríssimo e no fim do ano passado, a Editora Objetiva do grupo Cia das Letras aceitou a sugestão do jornalista e pesquisador carioca Marcelo Dunlop e reuniu num volume algumas centenas de tiradas geniais do autor em um livro intitulado “Veríssimas”.

A obra prova que o gaúcho está no mesmo nível que alguns dos grandes da história: Bernanrd Shaw, Oscar Wilde e Millôr Fernandes.

Separei nesta coluna, algumas das minhas frases preferidas do livro e compartilho aqui com vocês:

“Certas opiniões podem me custar amigos. É pena. Prefiro ter amigos a ter opiniões.”

“O que eu gostaria de ter feito e não fiz é ter completado 20 anos ontem.”

“História apócrifa é uma mentira bem educada.”

“B é a primeira letra de Bach, Beethoven, Brahms, Béla Bartók, Brecht, Becket, Borges e Bergman, mas também de Bigorrilho, o que destrói qualquer tese.”

“Estive no camarote da Brahma. Quem não era bonito era rico, quem não era rico era famoso, quem não era rico, nem bonito, nem famoso, provavelmente era eu.”

“Viva todos os dias como se fosse o último. Um dia você acerta.”

“O Brasil: este estranho país de corruptos sem corruptores.”

“Hipocondria é a única doença que eu não tenho.”

“O Brasil é governado por uma minoria esmagadora.”

“Meu epitáfio: por favor, deem mais uma sacudida.”

“Um excêntrico é um louco com saldo bancário.”

“O regime atual no Brasil é a monarquia: reina a expectativa.”

“Todo brasileiro é igual perante a lei, contanto que não seja pé-de-chinelo, porque aí é culpado mesmo.”

“O brasileiro só xinga a mãe do pior inimigo ou do melhor amigo.”

“O Zico não existe. É uma entidade abstrata criada pelo inconsciente coletivo do Maracanã.”

“Não existe um João Ninguém rico. Talvez um João Roberto Ninguém.”

“Depois desse tempo todo juntos, Lúcia e eu temos sérias esperanças de que o casamento dê certo.”

“Os masoquistas põem a mão no fogo por qualquer coisa.”

“Olha o aviãozinho é a primeira grande mentira.”

“Alguém pode me explicar o nado borboleta? Para que serve? Num naufrágio, por exemplo, você vai sair nadando borboleta?”

“Eu era uma negação com as mulheres. Ou melhor, as mulheres eram uma negação comigo. Só me diziam não.”

“E o revisor que não conseguia tomar sopa de letrinhas? Ia corrigindo, corrigindo, até que a sopa esfriava.”

“Terra: planeta redondo, chato nos pólos e aborrecido aos domingos.”

“Chega um momento na vida de um homem em que ele fica pensando no que vão dizer no seu velório.”

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