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Via Trajana: PF amplia investigação sobre desvios de recursos em rodovias federais
31 de julho de 2018

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A operação Via Ápia, que apurou desvios de quase R$ 14 milhões em obras da duplicação da BR-101 de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT) no Rio Grande do Norte, teve novos desdobramentos nesta terça-feira (31), quando a Polícia Federal deflagrou a operação Via Trajana, que apura novos indícios de corrupção e lavagem de dinheiro ocorridos em 2009 e 2010.
Ao todo, 27 mandados judiciais de busca e apreensão estão sendo cumpridos por 120 policiais federais na Grande Natal e em mais 7 Estados da Federação.
Segundo comunicado da PF à imprensa, a operação implica em novos envolvidos no esquema. Durante a ação penal que corre na Justiça Federal, engenheiros da construtora Construcap, que firmaram acordo de delação premiada, informaram que o ex-deputado federal João Maia (PR) teria recebido R$ 1 milhão em propina.
Em 2010, quando a PF desbaratou o esquema, o diretor de engenharia do DNIT Gledson Golbery de Araújo Maia foi um dos sete presos na época e apontado como um dos mentores do esquema de desvio de recursos públicos no órgão federal. Gledson é sobrinho de João Maia e foi indicado para o cargo pelo tio. O superintendente do DNIT Fernando Rocha também foi preso durante a operação em 2010.
O PR controla o Ministério dos Transportes há vários governos.
Entre os diversos fatos sob apuração na Via Trajana está o pagamento de vantagem pecuniária indevida, propina, em contratos celebrados entre o DNIT/RN e construtoras responsáveis pelas obras rodoviárias no RN. A nova operação é resultado da celebração de acordos de colaboração premiada do MPF com alguns dos já investigados, bem como da quebra de sigilos fiscais e bancários.
Via Trajana, também conhecida Via Romana, é a extensão da Via Ápia. Faz-se associação entre as vias romanas e o objeto da investigação que apura corrupção nos contratos de adequação da BR-101 e as obras de manutenção das rodovias federais do RN.
Em 2010, a Via Ápia revelou a existência de diversas irregularidades na execução dos 35,2km de obras do Lote 2, entre o município de Arês e a divisa com a Paraíba. Foram identificados má execução dos serviços, omissão na fiscalização, prorrogação indevida dos prazos e transferência irregular dos recursos, sem contar a liberação de trechos sem licença de operação.
A Polícia Federal vai explicar a operação em entrevista coletiva às 9h30.