Eleição no Rio Grande do Norte virou esconde-esconde de candidatos à presidência
Natal, RN 20 de abr 2024

Eleição no Rio Grande do Norte virou esconde-esconde de candidatos à presidência

29 de agosto de 2018
Eleição no Rio Grande do Norte virou esconde-esconde de candidatos à presidência

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Diga-me com quem andas, que eu te direi quem és. O provérbio bíblico é uma síntese da ginástica que os concorrentes ao Governo do Rio Grande do Norte vêm fazendo para expor ou esconder os candidatos à presidência da República em quem votarão dia 7 de outubro.

No caso de alguns aspirantes ao Governo, é mais fácil descobrir onde está Wally, icônico personagem criado pelo ilustrador inglês Martin Handford, do que o nome que apoiam ao Palácio do Planalto.

Dos oito concorrentes à sucessão de Robinson Faria, cinco fazem questão de divulgar de que lado estão na eleição presidencial. Fátima Bezerra (PT) apoia Lula; Carlos Alberto (PSOL) pede votos para Guilherme Boulos; Dário Barbosa (PSTU) é o candidato de Vera Lúcia; Freitas Júnior (Rede) faz campanha para Marina Silva; e Bispo Heró (PRTB) assumiu a candidatura de Jair Bolsonaro.

Por outro lado, Carlos Eduardo Alves (PDT), Robinson Faria (PSD) e Brenno Queiroga (Solidariedade) preferem esconder ou divulgar de forma tímida o apoio nacional.

Diferente de anos anteriores, onde havia uma expectativa até o programa eleitoral sobre a participação ou não do ex-presidente Lula na campanha de algum candidato em razão do amplo arco de alianças construído pelo PT nos estados, em 2018 no Rio Grande do Norte esse ponto está definido. Lula é o candidato da senadora Fátima Bezerra e a senadora Fátima Bezerra é a candidata de Lula.

A liderança isolada de Fátima nas pesquisas com chances de vencer a disputa ainda no 1º turno, segundo resultados divulgados por três das quatro últimas pesquisas de intenção de voto, também tem relação direta com o fato de que a maioria dos brasileiros deseja a volta de Lula à presidência da República, mesmo preso e, em tese, inelegível por conta dos efeitos da lei da Ficha Limpa.

No entanto, se Fátima Bezerra faz questão de declarar que é a candidata de Lula, o governador Robinson Faria (PSD) nem toca no nome do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin no seu material de campanha.

No arco de aliança que Robinson construiu para buscar a reeleição, o PSDB é a base que sustenta a coligação. Nas negociações em Brasília, Alckmin referendou o apoio em nível estadual e esperava em troca contar com a ajuda de Robinson para entrar nas bases potiguares, onde oscila entre 1% a 3% nas pesquisas de intenção de voto.

Robinson apoia Geraldo Alckmin, mas não pode nem pensar em divulgar esse apoio. Com a maior rejeição entre os candidatos ao Governo, Geraldo Alckmin afundaria ainda mais a campanha à reeleição de Faria, que está em 3º lugar nas pesquisas e vem tendo dificuldades para atingir os dois dígitos.

Carlos Eduardo Alves 

Situação curiosa vive o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves. Ele esteve no lançamento da candidatura à presidência do PDT encabeçada pelo ex-governador do Ceará Ciro Gomes e já declarou seu apoio ao colega de partido.

Porém, a propaganda de Ciro na campanha de Alves é muito tímida.

Na chapa de Carlos Eduardo Alves, a figura-chave é o senador Garibaldi Alves (MDB), um dos principais apoiadores, no Rio Grande do Norte, do governo de Michel Temer, o presidente mais rejeitado da história do país. A cada declaração dada por Ciro Gomes de que, se for presidente, vai expulsar os corruptos do MDB do Governo, aumenta o constrangimento de Carlos Eduardo Alves, que carrega na chapa o principal cacique do MDB ainda em atividade no Estado.

Não bastasse a saia justa, Garibaldi também não pode nem pensar em anunciar o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles como seu candidato à presidência da República. Primeiro porque Meirelles é um desconhecido em todo o Nordeste. E segundo porque assumindo o ex-ministro como candidato, Garibaldi abre as portas da campanha para Temer.

A situação de Brenno Queiroga é igualmente constrangedora. Comandado nacionalmente pelo polêmico Paulinho da Força, o Solidariedade aderiu ao chamado Centrão que, na verdade, reúne os principais partidos da direita fisiológica do país. O grupo declarou apoio à Geraldo Alckmin, mas assim como Robinson Faria, Queiroga finge que nem é com ele.

Abaixo, veja em quem votam os candidatos à presidência:

Fátima Bezerra (PT) vota em Lula (PT)

Carlos Eduardo Alves (PDT) vota em Ciro Gomes (PDT)

Robinson Faria (PSD) vota em Geraldo Alckmin (PSDB)

Carlos Alberto (PSOL) vota em Guilherme Boulos (PSOL)

Dário Barbosa (PSTU) vota em Vera Lúcia (PSTU)

Bispo Heró (PRTB) vota em Jair Bolsonaro (PSL)

Freitas Jr. (Rede) vota em Marina Silva (Rede)

Brenno Queiroga (Solidariedade) vota em Geraldo Alckmin (PSDB)

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