Servidores da UERN confirmam protesto em convenção do PSD após mudança de local
Natal, RN 28 de mar 2024

Servidores da UERN confirmam protesto em convenção do PSD após mudança de local

2 de agosto de 2018
Servidores da UERN confirmam protesto em convenção do PSD após mudança de local

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A convenção do PSD, partido do governador Robinson Faria, vai acontecer domingo (5), a partir das 9h, no auditório do hotel Holiday Inn, ao lado do estádio Arena das Dunas. Durante o evento, a candidatura dele à reeleição será homologada numa coligação que reúne 12 partidos na aliança da chapa majoritária.

Além do PSD, já confirmaram o embarque no projeto PRB, PSDB, PR, PTC, PROS, PTB, PPS, PRP, PMN, PMB e AVANTE.

Marcado anteriormente para o campus da UERN, na Zona Norte de Natal, o local da convenção foi alterado após servidores da universidade confirmarem pelas redes sociais um protesto contra o governador. Apesar da mudança, a manifestação foi mantida e transferida para o novo endereço.

A convenção foi batizada pelo PSD de "Festa da Democracia". Um detalhe: todos os partidos que apoiam o projeto de reeleição de Robinson apoiaram o afastamento da ex-presidenta Dilma Rousseff e deram sustenção ao governo de Michel Temer.

Além de professores e servidores da universidade estadual, o protesto vai contar com funcionários públicos de outros órgãos do Estado. Os sindicatos dos Professores (Sinte), dos trabalhadores da Saúde (Sindsaúde) e servidores da Administração Indireta (Sinai) já começaram a mobilizar as categorias.

Desde a campanha vitoriosa em 2014, o governador Robinson Faria tentou vender a imagem de um gestor que dialogava e respeitava os servidores públicos. Mas o governo só manteve os salários em dia enquanto conseguiu sacar recursos do Fundo Previdenciário para pagar os aposentados.

A UERN virou um símbolo do desgaste de Robinson com o servidor público. Em três anos e meio de gestão, a universidade ficou parada 9 meses em razão da greve de professores e funcionários.

O estopim da relação traumática da gestão Robinson com os professores da UERN foi a autorização judicial a pedido do governador para que manifestantes fossem retirados à força da secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças (Seplan). A Polícia Militar fez o serviço e usou bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta para cumprir a ordem.

A presidenta da Associação dos Docentes da UERN Rivânia Moura destaca que, ao contrário do que Robinson disse durante o mandato, a gestão ficará marcada pela falta de respeito e diálogo com os servidores.

- O que nos vivenciamos foi o contrário disso (respeito e diálogo). Vivenciamos ataque à diversos direitos dos trabalhadores. Nossa maior luta foi pela sobrevivência, que era simplesmente receber nosso próprio salário. A marca do Governo para os servidores é péssima.

Já no primeiro ano de governo, os professores e funcionários da UERN paralisaram as atividades por cinco meses, na maior greve da história da universidade. Entre o final de 2017 e início de 2018 foram mais quatro meses sem aula.

Rivânia Moura reclama que, durante esse período, os grevistas não tiveram quase nenhum contato com o chefe do Executivo:

- Mesmo em greve não conseguimos encontrar o governador. A equipe do governo que nos recebia, dizia que não resolvia. A equipe estava lá para isso. Mas quem assumiu o compromisso público de cumprir as demandas dos trabalhadores foi o governador. Agora ele diz que a convenção do PSD é a festa da democracia. Mas de democracia aquilo não tem nada.

Folder do PSD convocando a militância para a "Festa da Democracia"

Robinson é o 3º colocado nas pesquisas e tem a maior rejeição

Se a campanha vitoriosa sobre o então todo-poderoso Henrique Eduardo Alves em 2014 foi classificada como o maior desafio da carreira política de Robinson Faria, a disputa que começa oficialmente a partir de 15 de agosto se desenha como um desafio ainda maior.

O governador vai para a eleição como o terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto sendo o candidato mais rejeitado pela população. A pesquisa mais recente divulgada pelo Instituto Certus/Fiern, a senadora Fátima Bezerra aparece na liderança isolada com 29,15%, contra 15,39% de Carlos Eduardo Alves (PDT) e apenas 6,31% de Robinson.

Os índices de reprovação da gestão do atual governador chegam a 80%. Na mesma pesquisa, 35% dos entrevistados disseram que não votam nele de jeito nenhum.

Em contrapartida, o atual governador conseguiu construir a maior aliança, com 12 partidos, incluindo o principal fiador do projeto de reeleição de Robinson, o PSDB, partido do presidente da Assembleia Legislativa Ezequiel Ferreira de Souza, e do deputado federal Rogério Marinho.

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