Votos, telas e redes
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6 de agosto de 2018
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Agora é oficial. Partidos e coligações escolheram seus candidatos para as eleições deste ano. Serão 14 candidatos à Presidência da República e, aqui no Rio Grande do Norte, oito candidatos ao Governo do Estado. Isso sem falar nos senadores, deputados federais e deputados estaduais. Um cenário político bastante complexo e que vai exigir do eleitor tempo e paciência para definir cada um dos seis votos que ele vai depositar virtualmente na urna. É claro que muitos já decidiram, por falta de paciência, não perder tempo para escolher ninguém. Mesmo esses, não poderão escapar da enxurrada de informações que vai inundar a mídia nos próximos dois meses.

No rádio e na televisão, o horário eleitoral sofre algumas mudanças. Serão dez dias a menos que em 2014, 35 dias no total a partir de 31 de agosto. Por dia, serão duas horas de propaganda eleitoral obrigatória no rádio e na televisão. Os blocos serão reduzidos pela metade. No rádio, serão 25 minutos pela manhã e mais 25 minutos na hora do almoço. Na TV, o mesmo tempo, só que em horário diferente, ao meio-dia e à noite. O resto do tempo – 70 minutos – será diluído ao longo da programação.

Mesmo com a redução de tempo, o horário eleitoral só é gratuito para os candidatos e deve custar cerca de R$ 1 bilhão de reais em renúncias fiscais – as emissoras de rádio e televisão podem pedir isenção de impostos de até 80% do valor que elas deixaram de vender em anúncios. Assim, cada brasileiro vai desembolsar cerca de R$ 5 para financiar a propaganda dos candidatos. De 2002 até agora, o custo da propaganda eleitoral obrigatória beira os R$ 7,4 bilhões.

Cada um desses minutos – ou mesmo qualquer segundo – eram variável determinante na concretização das alianças partidárias. Mais que qualquer princípio político, afinidades com o programa de governo ou prestígio político acumulado, os presidenciáveis e governadoráveis – e todos os demais candidatos também – queriam acumular tempo na TV. Para muitos analistas políticos, esse esforço pode ter sido em vão.

É que pela primeira vez, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) regulamentou a propaganda na internet. Agora, os candidatos poderão impulsionar publicações no Facebook e Instagram ou em mecanismos de buscas como o Google e o Bing. Aí, vai ser lei da selva. Quem pagar mais aparece mais para o eleitor. E não seremos poucos nas redes sociais. Só o Facebook aumentou o número de usuários brasileiros de 89 milhões em 2014 para 127 milhões em 2018. Só não superou o crescimento do Whatsapp, que mais que triplicou o número de usuários por aqui: de 38 milhões em 2014 para 120 milhões este ano.

Mais que causar no rádio e na TV, o desafio este ano é viralizar nas redes. Ao que parece, vai valer mais que qualquer minuto no ar.

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