Patrícia Santiago: “O Congresso Nacional não representa a maioria da população”
Natal, RN 28 de mar 2024

Patrícia Santiago: "O Congresso Nacional não representa a maioria da população"

2 de outubro de 2018
Patrícia Santiago:

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Patrícia Santiago é natural de Carnaubais, interior do Rio Grande do Norte, tem 23 anos e é candidata à deputada federal pelo PCdoB. Estudante de Ciências Sociais na UFRN, foi candidata à vereadora em 2016 e atualmente é diretora da União Nacional dos Estudantes.

Negra e feminista, Patrícia Santiago é a quinta entrevistada da série "Me representa" realizada pela agência Saiba Mais com candidatos e candidatas ao Parlamento estadual e federal do campo progressista.

Saiba Mais sobre quem é e sobre o que pensa Patrícia Santiago:

Quando você despertou para a política e o que a política representa para você?

R: Eu me envolvi e comecei a gostar da política quando conheci o movimento estudantil em 2011, quando fiz parte do Grêmio da minha escola. Desde então, a política pra mim tem um significado muito grande porque através dela muita coisa na minha vida mudou. E é isso que significa pra mim, uma ferramenta imprescindível pra transformação e mudança da sociedade e da vida das pessoas.

Quem segmento você quer representar na política?

R: Sou mulher e negra e em um momento da nossa história como o que estamos vivendo, os segmentos que defendo são esses. Precisamos de mais representatividade das mulheres e da população negra nos espaços políticos de poder e decisão.

Numa época de tantos ataques machistas e misóginos, qual a importância do feminismo hoje?

R: O feminismo hoje cumpre um papel fundamental para avançarmos nas mudanças em busca da liberdade e emancipação que nossas mulheres e nossa sociedade no geral precisa. Emancipação do machismo, da violência, da misoginia. Pra mim esse é o papel do feminismo, o de dizer e mostrar para as pessoas que homens e mulheres são iguais.

Pesquisas recente sobre violência apontaram que uma mulher jovem e negra que mora na periferia de Natal tem 10 vezes mais chance de morrer que uma mulher jovem e branca da elite natalense. Que tipo de política pública você poderia propor, na Assembleia Legislativa, para reduzir essas números ?

R: Nós mulheres negras somos a base da pirâmide social. Toda estatística ruim e todo ataque aos direitos das mulheres chega em nós com mais força, inclusive os índices de violência. Então, como proposta pensamos em lutar com muito mais força pelo combate ao racismo, lutar pela ampliação de delegacias com atendimento especializado para as mulheres, lutar pela implementação do debate sobre raça nas escolas etc.

Qual a importância da luta de mulheres como Marielle Franco para você ?

R: A luta de Marielle representa pra mim a luta da maioria das mulheres brasileiras. E tendo tantas características pessoais parecidas com as dela, me sinto muito mais que representada por tudo que ela lutou, é um legado e uma responsabilidade muito grande defender a mesma luta e as mesmas ideias que ela.

O que a população do RN pode esperar do seu mandato? Qual será o foco?

R: O povo potiguar pode esperar um trabalho bem feito. E o nosso foco será defender os interesses e direitos da juventude, das mulheres e da população negra do nosso estado e país.

Patrícia Santiago: foco na juventude, nas mulheres e na população negra

O número de mulheres nos parlamentos é muito menor que o dos homens ? Como equilibrar esse quadro ?

R: Incentivando cada vez mais a participação das mulheres na política, então pra isso precisamos promover mais debates sobre a importância das mulheres na política.

Fale um pouco sobre você. Nome, idade, onde nasceu, onde estudou, se já ocupou algum cargo, se foi eleita para algum cargo, o que faz hoje…

R: Meu nome é Patrícia Santiago, tenho 23 anos, nasci e cresci na cidade de Carnaubais no Vale do Açu e também sempre estudei por lá em todo meu ensino fundamental e médio. Fui estudante de Química no IFRN de Ipanguaçu. Em 2014 fui eleita presidente da UJS em Carnaubais e em 2016 fui candidata a vereadora. Hoje sou estudante do quarto período de Ciências Sociais na UFRN, estou diretora da União nacional dos Estudantes (UNE), Presidente estadual da União da Juventude Socialista (UJS) e, por fim, estou candidata à deputada federal.

Como você avalia a atual composição da Câmara Federal?

R: O Congresso Nacional hoje é um espaço que não tem quase nenhuma representação popular. As mulheres representam pouco mais que 10% das cadeiras do congresso, a juventude nem se fala e a população negra menos ainda. O que isso quer dizer é que temos um câmara federal que não reflete e não representa a maior parte da nossa população, que é constituída de mulheres, juventude e negros.

Quem te inspira?

R: Muitas pessoas, mas em especial minha mãe, que minha maior referência de mulher lutadora e feminista. Anitta Garibaldi, Olga Benário Prestes, Helenira Resende, João Amazonas, Luciana Santos, Manuela Dávila, Pedro Gorki ...

De que forma você vê o engajamento da juventude na política ? Descrente ou esperançosa ? E por quê ?

R: Vejo de forma muito esperançosa, porque como jovem eu sei da energia e do potencial que temos pra propor e fazer mudanças nos espaços que nós disputamos e ocupamos.

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