Bolsonaro mentiu sobre cubanos do programa Mais Médicos
Natal, RN 25 de abr 2024

Bolsonaro mentiu sobre cubanos do programa Mais Médicos

16 de novembro de 2018
Bolsonaro mentiu sobre cubanos do programa Mais Médicos

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O presidente eleito Jair Bolsonaro mentiu, mais uma vez, para defender seu Governo. A nova fake news espalhada é relacionada ao Mais Médicos, que já começa a perder os médicos cubanos após Cuba deixar o programa diante das ameaças e do descumprimento de cláusulas do acordo pelo futuro governo.

A Lupa, primeira agência de fact-cheking do Brasil, checou as declarações recentes de Jair Bolsonaro sobre o Mais Médicos

 Declaração 1

 “A [médica] cubana [que trabalha no Mais Médicos] não pode trazer seus filhos menores para o Brasil”
Jair Bolsonaro em entrevista à Record no dia 29 de outubro de 2018

Explicação da Lupa:

“Não existe um acordo entre os governos brasileiro e cubano que prevê o impedimento de que as médicas cubanas tragam seus filhos para o Brasil caso venham a participar do Mais Médicos. Essa informação foi confirmada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que apoia ações dentro do Mais Médicos. Além disso, a Lei 12.871/2013, que institui e regulamenta o programa indica que “O Ministério das Relações Exteriores poderá conceder o visto temporário (…) aos dependentes legais do médico intercambista estrangeiro, incluindo companheiro ou companheira, pelo prazo de validade do visto do titular”.

Declaração 2

“Não temos qualquer comprovação de que eles sejam realmente médicos e estejam aptos a desempenhar a sua função”
Jair Bolsonaro, presidente eleito, em entrevista coletiva no dia 14 de novembro de 2018

Explicação da Lupa

A Lei 12.871/2013, que institui e regula o Mais Médicos, exige que todos os médicos formados no exterior – incluindo os cubanos – apresentem “diploma expedido por instituição de educação superior estrangeira” e “habilitação para o exercício da Medicina no país de sua formação”. Há diferenças entre as exigências para estrangeiros – ou brasileiros formados no exterior – participantes do programa e médicos formados no exterior que vivem no Brasil, mas não fazem parte do Mais Médicos. Por exemplo, os profissionais contratados pelo programa são dispensados de fazer o Revalida, exame de revalidação do diploma, por até três anos. Entretanto, ao contrário do que o presidente eleito diz, é necessário que os médicos comprovem sua formação.

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