Centros de direitos humanos planejam novas estratégias para 2019
Natal, RN 19 de abr 2024

Centros de direitos humanos planejam novas estratégias para 2019

29 de novembro de 2018
Centros de direitos humanos planejam novas estratégias para 2019

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O momento é de planejamento para quem pretende continuar defendendo os direitos básicos dos cidadãos brasileiros. Nesta semana, o Seminário de Articulação em Direitos Humanos do Oeste Potiguar, em Mossoró, reuniu centros de referência da Paraíba e do Rio Grande do Norte. O debate serviu para análise da conjuntura também com os movimentos sociais e organização de atividades para 2019.

A primeira maior ação será em fevereiro, uma formação para profissionais envolvidos com a defesa dos direitos humanos, incluindo movimentos como dos Sem Terra e de Mulheres Camponesas.

De acordo com o consultor jurídico do Centro de Referência em Direitos Humanos da UFRN (CRDH) Sérgio Ferro, a articulação dos centros é importante para pensar estratégias e pensar de forma conjunta a atuação nos anos que estão por vir.

Segundo Ferro, muitos centros foram desativados após o Golpe de 2016. As políticas de direitos humanos foram restringidas e os Centros foram bastante afetados. O próprio CRDH da UFRN fechou naquele ano, reabrindo em maio de 2018.

“A ideia é criar meios de defesa, porque o cenário que temos é de crescimento da perseguição das pessoas que defendem os direitos humanos, crescimento da intolerância política pra quem manifesta posicionamentos diferentes do posicionamento fascista, que vai assumir o estado de exceção”.

As perspectivas não são boas, a comparar com a campanha feita pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, que incitou o ódio às minorias.

O CRDH chegou a fazer campanha de acolhimento de vítimas de violência por motivos de posicionamento político durante o período eleitoral. Embora não divulgue ainda os números, Sérgio Ferro diz que foi grande crescimento de denúncias.

“Houve um agravamento de violências contra populações que já eram violadas – LGBTs, mulheres, negros. Os grupos que já são vulneráveis ficaram ainda mais nesse contexto eleitoral” relatou o advogado, lembrando que o período mais crítico foi entre as duas últimas semanas antes da votação e a semana seguinte a ela, com casos de violência física praticada por seguidores da extrema-direita. De acordo com o advogado, 90% das ocorrências foram contra LGBTs.

CRDH
O Centro de Referência em Direitos Humanos da UFRN funciona na sala 15 do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) da UFRN, com psicólogo, assistente social e advogado e apoio de estagiários.

O Centro de Referência reabriu em maio deste ano com o nome de Centro de Referência Marcos Dionísio, para homenagear um dos principais militantes e ativista dos direitos humanos no Rio Grande do Norte, falecido em 2017. Marcos Dionísio foi presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos e Cidadania do RN.

O CRDH/UFRN é dividido em três núcleos de atuação: Carlos Marighella, Nísia Floresta e José Datrino. Juntamente com grupos parceiros, o Centro funciona como uma ponte entre a comunidade e outros órgãos institucionais, a partir do qual são implementadas ações que se voltam à garantia, defesa e promoção dos direitos humanos, bem como o acesso à justiça e o estímulo ao debate sobre cidadania, no intuito de influenciar positivamente na conquista dos direitos individuais e coletivos.

O núcleo acolhe e dá encaminhamentos a vítimas de racismo, LGBTfobia, intolerância religiosa, intolência política, violência doméstica.

Contatos para acolhimento e denúncias:
[email protected]
(84) 3342-2243 (ramal 127)
(84) 99229-6616

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