PSOL pressiona Carlos Alberto: ou fica no Partido ou na transição do governo Fátima
Natal, RN 27 de mar 2024

PSOL pressiona Carlos Alberto: ou fica no Partido ou na transição do governo Fátima

27 de novembro de 2018
PSOL pressiona Carlos Alberto: ou fica no Partido ou na transição do governo Fátima

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A executiva estadual do PSOL decidiu tornar pública nesta terça-feira (27) duas resoluções internas datadas de 3 e 5 de novembro de 2018 que reafirmam a todos os filiados do Partido que a sigla não irá participar do governo Fátima a partir de 2019 nem autoriza nenhum militante a compor a equipe de transição da futura gestão.

A divulgação dos documentos é um recado direto ao professor Carlos Alberto de Medeiros, candidato ao Governo do Estado pelo PSOL nas eleições deste ano e que participa desde 21 de novembro de três subcomissões da equipe de transição do futuro governo. O convite a Carlos Alberto partiu da própria governadora eleita Fátima Bezerra.

O PSOL apoiou a candidatura de Fátima Bezerra no 2º turno disputada contra o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT), mas anunciou independência.

Carlos Alberto de Medeiros é professor da UFRN e foi filiado ao PT até o final de março, quando trocou o antigo partido pelo PSOL no último dia da janela partidária, em 5 de abril. A articulação para que Medeiros ingressasse na nova sigla foi feita pessoalmente pelo vereador e deputado estadual eleito Sandro Pimentel.

A executiva estadual destaca ainda que, caso qualquer filiado descumpra o que prevê a resolução, as instâncias partidárias vão avaliar o caso:

- O PSOL esclarece ainda que nenhum filiado, individualmente, está autorizado a aceitar nenhum tipo de indicação no governo, nem na equipe de transição. O filiado que, por ventura, vier a assumir posição no governo deverá solicitar desfiliação partidária. Em caso de descumprimento, a situação será remetida para avaliação das instâncias partidárias.

As resoluções internas do PSOL tanto sobre a participação no futuro governo como na equipe de transição foram definidas dias 3 e 5 de novembro. Nenhum dos dois documentos fala que o partido será "oposição" à gestão Fátima.

O PSOL avalia que, sem compor o governo nem participar da transição, “segue sua vocação, de polo aglutinador independente e à esquerda, de lutadores e lutadoras de nosso estado, com responsabilidade com a política e a defesa dos direitos dos trabalhadores, das mulheres, das LGBTs e da negritude."

Se, em último caso, for aberto um processo de expulsão contra Carlos Alberto, ele poderia recorrer à executiva nacional.

A reportagem apurou que o fato de Carlos Alberto ter aceitado o convite de Fátima sem comunicar à direção estadual do Partido foi recebida como uma insubordinação por setores do PSOL.

“Estou aqui ajudando, não estou procurando emprego”, se defende Carlos Alberto

Professor do curso de Administração da UFRN e empresário, Carlos Alberto de Medeiros obteve 31.916 votos em outubro para o Governo do Estado. Ele foi anunciado como membro da equipe de transição do governo Fátima dia 21 de novembro e integra três subcomissões: orçamento e finanças; desenvolvimento econômico e estrutura organizacional do Estado.

Procurado pela agência Saiba Mais para falar sobre a pressão do PSOL para que escolha entre o Partido e a equipe de transição do governo Fátima, ele se disse surpreso, mas afirmou estar tranquilo e ciente de que está ajudando o Rio Grande do Norte:

- Se o Rio Grande do Norte precisa de todo mundo nesse momento crítico pelo qual está passando hoje, e se tem uma pessoa contribuindo na equipe de transição, isso deveria ser uma coisa salutar num momento de união. Não estou ocupando um cargo público, eu tenho emprego fixo e estou de férias da universidade. Estou aqui ajudando, não estou procurando emprego.

O ex-candidato ao Governo pelo PSOL ressaltou que torce pelo sucesso do futuro governo Fátima e que um eventual fracasso da gestão petista atingiria todo o campo da esquerda.

- Estou contribuindo para que o governo seja bem-sucedido. Todas as pessoas do Estado querem que o Governo dê certo. Eu fico surpreso (com a resolução), mas paciência. Eu quero que o Governo dê certo. O fracasso do governo Fátima seria o fracasso da esquerda. Disputamos uma eleição, mas não somos nem adversários nem inimigos. Acho que o momento é de união.

Questionado se pedirá desfiliação do PSOL em razão da resolução divulgada pelo Partido o pressionando a escolher um dos dois caminhos, ele disse que não fará nada:

- Não vou fazer nada. Vou esperar e ver o que acontece.

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