A falta que a comunicação (pode) faz(er)
Natal, RN 24 de abr 2024

A falta que a comunicação (pode) faz(er)

10 de dezembro de 2018
A falta que a comunicação (pode) faz(er)

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Em pouco mais de três semanas, inauguramos o novo Governo do Estado. De concreto, já conhecemos alguns dos futuros gestores e a situação desesperadora em que se encontram as contas públicas. Sabemos também que Robinson Faria deixará os salários de dezembro, o 13º de 2017 e também de 2018. Tudo indica que o futuro governo ainda herdará uma dívida de 22 milhões de reais com o Banco do Brasil – isso é parte do valor que o governo descontou do contracheque dos servidores para pagar empréstimos consignados e não repassou o dinheiro ao banco – sim, é pior do que você imagina!

Falidos, vamos precisar de muita criatividade e inovação para fazer a máquina estatal funcionar e servir aos cidadãos e cidadãs potiguares. É aqui que precisamos falar de comunicação.

A comunicação pode ser uma importante ferramenta de gestão para promover a divulgação das ações do governo, estimular o acesso aos serviços públicos, garantir transparência dos recursos, além de receber as demandas dos cidadãos e da imprensa. Mas não é só isso.

Vivemos em uma sociedade profundamente midiatizada e conectada. A compreensão do mundo que nos cerca deixou de ser mediada pelos nossos sentidos e agora ganha diversas camadas mediadas pelos dispositivos e processos de comunicação, sejam eles o rádio e a televisão, os blogues e sites na internet ou as correntes de whatsapp. O governo que logo começa precisa existir não apenas nos prédios da governadoria, nos hospitais, nas escolas, nas estradas. Ele precisa existir na mídia, nos blogs e nas redes sociais (inclusive no whatsapp).

E não estamos falando de criar páginas, colocar fotos e vídeos bonitos, nem de contratar anúncios no rádio e na televisão. Com a mídia concentrada nas mãos de políticos, com os blogueiros mal acostumados com os salários pagos com dinheiro público (enquanto defendem o estado mínimo) e com as redes sociais dominadas por algorítimos secretos, é preciso produzir estratégias efetivas de comunicação que garantam que a versão do governo chegue até os cidadãos.

É uma tarefa tão complexa como tirar o estado do vermelho. Mas é fundamental para o bom andamento da gestão.

É preciso reconhecer que, nesse contexto, a gestão da comunicação deixa de ser um mero acessório dos governantes e assume um papel estratégico. Cada passo, cada medida precisa ser planejada e a comunicação tem que ser parte desse processo.

De nada vai adiantar transformar a educação se a versão da oposição chegar antes aos pais e alunos, reabrir os teatros e os blogueiros reclamarem dos extintores de incêndio, cobrar os grandes devedores e sanear as contas do estado e sofrer uma onda de fake news no whatsapp.

A articulação entre as políticas públicas e a política de comunicação do governo tem que ser precisa e constante. O PT já sabe o que não pode ser feito. A teoria de José Dirceu estava errada em 2003 e segue inválida. A mídia tradicional não vai se vender à esquerda como se vende à direita por compartilhar dos nossos projetos e valores – isso vale também para os blogueiros potiguares. As redes de comunicação conservadora seguem ativas e terão forte impacto na ação política e precisam de uma resposta potente.

É hora de deixar de atuar à margem dos processos de gestão e entender a comunicação como parte integrante e fundamental da política.

Ou teremos mais um governo petista massacrado pela mídia.

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