Cultura: entre nomes e Planos de Governo
Natal, RN 28 de mar 2024

Cultura: entre nomes e Planos de Governo

19 de dezembro de 2018
Cultura: entre nomes e Planos de Governo

Ajude o Portal Saiba Mais a continuar produzindo jornalismo independente! Apoie com qualquer valor e faça parte dessa iniciativa.

Quero Apoiar

Quem acompanha meus escritos vai identificar que eu nunca questionei as nomeações dos gestores da Cultura. Apesar de ter críticas pontuais à forma como cada gestor conduz ou conduziu os rumos da cultura no Estado e em Natal, sempre respeitei a escolha dos gestores eleitos (governadores e prefeitos). Afinal, os cargos de nomeação são cargos de confiança de alguém que passou pelo crivo das urnas para poder implementar um determinado plano de Governo.

Teoricamente, um gestor deve assumir sua função e colocar em prática aquilo que a população aprovou nas urnas e nesse sentido deveríamos tratar as questões de gestão como algo impessoal e menos personalista. É notório para todos que o desastre da gestão Robinson Faria se deram pelo fato do governador não ter conseguido conduzir um plano de gestão integrado e responsável, onde ele pudesse planejar um futuro mais vindouro para o nosso Estado.

Na cultura, por exemplo, foram 4 gestores diferentes. Entre eles estava esse que vos escreve. No período em que passei por lá, tinha blogueiro que fuçava o Diário Oficial do Estado todo dia para tentar colocar no meu colo determinadas nomeações que eram feitas no âmbito da FJA. Depois que eu saí isso acabou repentinamente. Atualmente, entre os quase 110 cargos comissionados da Fundação José Augusto, você certamente só conhece o Diretor e mais alguns três desses nomes. E caso resolva visitar a FJA verá pouquíssimos comissionados por lá.

Recentemente tivemos a notícia de que Crispiniano Neto voltará a dirigir a Fundação José Augusto pela terceira vez, só que agora com um cenário bem diferente. Primeiro ele terá como governadora uma correligionária, uma companheira de seu partido, diferente das outras passagens em que Crispiniano esteve gestor ao lado de governadores de outros partidos.

Nesta situação, ele terá o apoio direto da governadora Fátima Bezerra, uma pessoa com um largo histórico de apoio às políticas culturais e que vislumbra-se que, enfim, possamos ter uma política cultural permanente, equitativa, diversa, contínua e igualitária na distribuição de recursos.

Diante desse cenário é fundamental que se discuta Plano, e não somente nomes. Fátima foi eleita com um plano de governo da Cultura que precisa ser cumprido e Crispiniano Neto e sua equipe devem criar as condições para que essas ações aconteçam e se transformem em realidade.

Para isso é fundamental que a sociedade civil acompanhe de forma direta a execução das ações do Governo para a Cultura. A gestão deve estar aberta às demandas da sociedade civil.

Uma das poucas coisas boas da atual gestão da FJA é o fato do gestor se comunicar de forma rápida com alguns produtores culturais. Claro que foi uma gestão que comunicou muitas fake News no afã de reverter o quadro eleitoral desfavorável ao governador e que criou uma falsa sensação de algumas ações executadas, mas que esconde uma gestão recheadas de problemas internos. Alguns já se revelam, como o abuso de poder na aprovação e execução do Musical Vamp via Lei Câmara Cascudo. Aguardemos o desenrolar dos fatos, eu só queria estar errado.

No entanto, a gestão que se iniciará em 2019 deverá ter uma comunicação que atenda os anseios de uma era. E comunicar-se bem, de forma ética e responsável, será fundamental para que a sociedade civil possa apoiar as tomadas de decisão dessa nova gestão que se inicia.

Crispiniano tem um perfil de quem corre atrás das coisas, em sua primeira passagem ele conseguiu criar uma política de editais nunca vista em nossa história e foi muito criticado porque não conseguiu pagar boa parte desses editais, muito por culpa da governadora Wilma de Faria e de sua equipe que autorizaram o lançamento dos editais, mas não autorizaram o pagamento de boa parte deles.

Caso aqueles editais tivessem sido pagos e tivéssemos uma continuidade daquele projeto hoje, estaríamos em outro patamar da cultura do nosso Estado.

Não vou fazer desse artigo um espaço para dizer como o gestor deve conduzir sua pasta, Crispiniano tem experiência, garra e poderá montar uma equipe que possa apontar os rumos da Cultura em nosso Estado, a partir de um plano de Governo.

Estarei aqui contribuindo em meus escritos e na minha militância para que tenhamos uma gestão para cultura exitosa, que planeje e que plante sementes que possamos colher bons frutos no futuro. Torço muito pra que Fátima possa dar as devidas condições políticas para que a Fundação José Augusto se liberte das amarras de uma política cultural coronelista.

Para isso, é fundamental que se faça uma limpeza nos cargos comissionados que estão por lá. É preciso cortar as raízes de gestores que já passaram na FJA, mas mesmo depois de exonerados querem continuar mandando na nossa política cultural e implementando seus projetos e sonhos pessoais.

É fundamental que a Fundação se livre do colunismo social, do coronelismo e da exploração predatória daqueles que querem se aproveitar de forma ilícita do nosso patrimônio público e dos “lucros” gerados por ele.

As mais quentes do dia

Apoiar Saiba Mais

Pra quem deseja ajudar a fortalecer o debate público

QR Code

Ajude-nos a continuar produzindo jornalismo independente! Apoie com qualquer valor e faça parte dessa iniciativa.

Quero Apoiar

Este site utiliza cookies e solicita seus dados pessoais para melhorar sua experiência de navegação.