Entendendo a derrota III: as redes sociais
Natal, RN 24 de abr 2024

Entendendo a derrota III: as redes sociais

2 de dezembro de 2018
Entendendo a derrota III: as redes sociais

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Não é nenhuma novidade os seres humanos formarem redes. Essa é a própria condição do ser humano. Por ser um dos seres mais frágeis e incompletos que a natureza produziu, os homens e mulheres sempre precisaram estar juntos, viver juntos, estabelecer conexões, se comunicarem, daí ter os humanos desenvolvido várias formas de linguagem e formas de comunicação. Por serem um ser desamparado, os humanos sempre precisaram formar coletividades para poderem sobreviver e enfrentar os perigos representados pelos outros animais e por outros agrupamentos humanos, para conseguirem enfrentar com sucesso os desafios colocados pelo meio e pela vida. O que vivemos, hoje, é uma forma particular, uma maneira nova de se comunicar, de se encontrar, de se mover coletivamente, de se expressar e de se agrupar. As chamadas comunidades virtuais vieram suprir a necessidade de estar juntos ou de, pelo menos, simular estar junto num momento, numa sociedade e numa realidade cultural onde predomina o isolamento, o individualismo, a solidão, o narcisismo, a dificuldade em estar presencialmente juntos, por diversos fatores. A emergência das novas tecnologias de comunicação, o surgimento dos vários meios de comunicação e das várias mídias vieram modificar, definitivamente, a maneira dos humanos conviverem, produzirem identidades individuais e coletivas e, por conseguinte, de se produzir como sujeitos, seja individuais, seja coletivos, o que tem um impacto direto nas maneiras de se produzir a opinião pública, de se produzir o consenso e o dissenso social, de se mediar os conflitos, no que resulta em novas maneiras de se exercer a cidadania política.

Também não se trata de nenhuma novidade o que vem se chamando de pós-verdade, ou uma verdade produzida a posteriori aos eventos, uma verdade que, muitas vezes, ignora os dados ou o que chamamos de fato, ou o que nomeamos de realidade. As verdades sempre foram fabricações sociais, culturais e humanas e, portanto, feitas depois e a despeito dos eventos e do que se nomeia de real. Não podemos confundir real com realidade. O real é aquilo que nos acontece, aquilo que se impõe a nós independente de nossas vontades, de nossos desejos, de nossas representações do mundo. O real é aquilo contra o qual eu nada posso: a tempestade, a morte, a catástrofe, o acidente, o acaso, tudo aquilo que existe independente de mim mesmo e que me acontece. É contra o real, é se defendendo da incerteza, da imprevisibilidade, da insegurança, da desordem, do caos do real, que os humanos produzem realidades, ou seja, leituras e arranjos humanos do real. A realidade é, portanto, sempre uma leitura suplementar e a posteriori do real. A realidade é sempre a verdade ou a pós-verdade do real, produzidas pelos grupos humanos, a partir de suas situações particulares de leitura e vivência prática do mundo. Para dar racionalidade, previsibilidade, para tornar o real manejável, utilizável, vivível com maior segurança e ordem, os homens constroem estruturas sociais, instituições sociais, produzem e promulgam códigos, regras, leis, se colocam limites e proibições. A verdade humana nunca vem junto e colada às coisas, aos eventos, às práticas, ela é sempre produção para além e, muitas vezes, a despeito deles. A ciência não nos dá o mundo tal como ele é, as coisas como elas são, mas ela produz sínteses, produz uma contração conceitual e teórica da complexidade do real, para que possamos ter sobre ele o mínimo domínio e possamos nela agir. Todo ente que compõe o mundo é tão complexo, representa a coexistência de tal multiplicidade de elementos, que qualquer discurso humano, seja ele científico ou não, só pode operar através da redução, da contração, da simplificação, da esquematização, da abstração dessas entidades e acontecimentos. Portanto, não é de hoje, nem são as redes sociais que têm a especificidade de produzirem uma realidade que é virtual. Todo saber humano sempre foi a atualização de virtualidades, de devires, de possibilidades, de probabilidades, de elementos parciais existentes nas coisas, no mundo, no real humano e social. Por isso mesmo, toda realidade humana é política e ideológica, pois é inseparável de escolhas, de seleção, de eleição, de opção, de tomada de posição, de um ponto de vista, de uma dada forma de ver e de dizer, de dadas maneiras, formas e procedimentos, de aparatos teóricos, metodológicos, técnicos e tecnológicos de produção do verdadeiro. A verdade, como toda artefacto humano, sempre foi da ordem da produção, da invenção, da criação, da expressão e não da ordem do encontro, do achamento, do desvelamento. Quando dizemos que descobrimos uma verdade seria melhor dizer que a construímos, apresentando todos os protocolos, regras e materiais com que o fizemos, como se exige de toda ciência positiva. Como dizia o epistemólogo Karl Popper, o que define a cientificidade de um saber é não apenas o seu caráter normativo, o fato de obedecer a regras e protocolos definidos por uma dada comunidade de especialistas, em dado tempo e lugar, mas sim o fato de que todo saber científico é passível de ser falseado, revisado, modificado, abandonado parcialmente, verificado como erro.

O problema acarretado pelos meios de comunicação, e entenda-se por isso, desde o boca a boca existente nas sociedades dominadas pela oralidade, onde eram importantes gêneros de produção do consenso e da opinião pública como o boato, a falação, a falácia, o discurso presencial, o disse me disse, a mentira, a calúnia, etc, até os modernos aplicativos de internet, é que eles emitem enunciados que se pretendem verdadeiros sem que eles estejam, necessariamente, submetidos aos códigos, procedimentos, protocolos, controles, metodologias, tecnologias de produção da verdade científica. Não é que a verdade científica não se faça a posteriori do fenômeno que estuda, embora a produção de fenômenos artificiais, em laboratório, isolados da vida normal, seja um procedimento recorrente no campo científico. Esses experimentos se propõe a induzir que a verdade se faça ou apareça, mas ela será sempre um resultado que vem ao final de seu processo de produção, ela não nasce ou não antecede ao fenômeno da qual é a verdade. Não se trata, em ciência, de descobrir uma verdade que já estava lá na coisa ou no fenômeno à espera de seu encontro, ela é sempre o resultado de ações e operações humanas, nem que sejam apenas mentais, com o uso instrumental dos conceitos. Mesmo o filósofo Henri Bergson, que pensou ser a intuição o melhor instrumento para se chegar ao verdadeiro, pensava a intuição, não como costumamos pensar, como um encontro imediato e completo com a verdade de uma dada situação ou fenômeno. Para ele a intuição era um trabalho da inteligência, nascia da aplicação de uma vontade de saber, passava por vários estágios até chegar a conclusão iluminadora. Nos meios de comunicação e nas redes sociais verdades são proclamadas sem nenhuma verificação, sem nenhum amparo em uma pesquisa, sem que ela seja submetida à crítica dos pares, sem que se obedeça a nenhum protocolo de verificação e veridicção. Ao contrário, o que vem se chamando equivocadamente de pós-verdade, é a enunciação do que se pretende verdadeiro, sem que ele possa ser falseado, revisado, revisto, posto à prova, verificado, submetido ao controle de um grupo de especialistas. Um indivíduo isolado e até um robô podem disparar as maiores mentiras, boatos, calúnias, fantasias, mitologias sem que possa sofrer qualquer tipo de contestação, pois são muito precárias ainda as regras e controles sobre esses meios de produção de sentidos e significados (pode-se dizer impunemente, depois de anos de pesquisa demonstrar o contrário, que a terra é plana, que os homens surgiram de Adão e Eva, que aquecimento global é uma invenção ideológica chinesa, que o nazismo era de esquerda, que o golpe de 1964 não deu origem a uma ditadura, que não houve tortura no regime militar, que não houve corrupção nos governos militares, que existe escola sem partido, que gênero é uma mera ideologia, etc, etc) .

Não é mera coincidência que tivemos a eleição de um mito ou um mitômano para governar o país. As chamadas pós-verdades são, de fato, a distorção ou a produção de verdades alternativas à verdades já consolidadas e aceitas consensualmente pelos especialistas, por uma dada comunidade de cientistas ou de formadores de opinião, sem que o emissor da mensagem tenha obedecido, minimamente, a protocolos e regras definidos coletivamente para a produção do verdadeiro. Muitas vezes a pretensa verdade que se faz circular nas redes sociais não obedece a regra básica e mínima para a produção do verdadeiro, que é a identificação de quem emite a mensagem e que, portanto, por ela se responsabiliza e pode vir a ser chamado para dizer como ela foi produzida, baseada em que dados e procedimentos ela se construiu. A permissão do anonimato nas redes sociais, a possibilidade da simulação de figuras de sujeito, de emissor de mensagens, a possibilidade de uso de robôs para disparar mensagens sem que alguém possa ser jurídica e socialmente responsáveis por elas, constituem uma nova realidade a exigir regulamentação e instâncias de verificação e arbitramento. Nas eleições que levaram ao poder Donald Trump, nos EUA, e nas últimas eleições brasileiras a capacidade de manipulação da opinião pública, a capacidade de construção de realidades e de verdades assentadas apenas no delírio individual ou coletivo (o que sempre foi possível na convivência humana), na capacidade de construção de mitologias, na possibilidade de veiculação massiva da mentira, da calúnia, da difamação, do boato, pelas chamadas redes sociais, se tornaram um fator decisivo nos processos eleitorais. A desonestidade, a falta de qualquer travamento ético ou legal para a veiculação de simples fantasias ou de desabridas inverdades, proliferaram como nunca havia ocorrido antes. As redes sociais tornam cada indivíduo potencialmente produtor e emissor de verdades com alcance massivo e coletivo, dá um enorme poder de interferência a grupos que se organizam em rede e que não são submetidos a qualquer protocolo de verificação das informações que produzem ou veiculam. Como o efeito é imediato e em cascata, mesmo que venham a sofrer posteriores sanções e sejam retiradas de circulação, essas mensagens propositada e sabidamente falseadoras e voltadas para a produção do estigma e a abjeção de uma pessoa, grupo, agremiação, instituição, comportamento, sujeitos, já surtiram o efeito desejado.

Pela primeira vez tivemos, no Brasil, um presidente eleito que se escondeu durante toda campanha, que evitou aparecer em público, notadamente em situações de debate ou confronto. Um candidato que fez toda a sua campanha através das redes sociais, onde pôde dar vazão às suas mitologias, às suas inverdades, às sabidas calúnias, mentiras, imposturas, onde pôde criar versões da realidade sem qualquer amparo em dados do real, sem que pudesse ser cobrado sobre os procedimentos e protocolos que seguiu para chegar a tais conclusões. Ele se afastou, propositadamente, de qualquer possibilidade de questionamento do que dizia ou fazia. Sua hostilidade em relação à imprensa, a qualquer instância crítica, mostra que estávamos no terreno da criação de enunciados e práticas que não se colocavam sob o escrutínio de instâncias sociais de controle, sem as quais é impossível, inclusive, a vida democrática. Uma verdade que se quer absoluta e inquestionável é autoritária e não autorizada. Toda sociedade, como toda cultura deve ter instâncias e instituições, devem instituir regras e procedimentos para a autorização do que pode ser visto e dito como verdadeiro. Se as redes sociais continuarem sem nenhum controle, elas inviabilizarão a vida democrática, por ser o terreno do vale tudo e da prevalência do mais forte, daquele que pode mais, do que tem mais recursos, como ficou patente numa eleição em que o caixa dois empresarial foi muito mais volumoso do que o dinheiro que legalmente financiou a campanha. A campanha clandestina e ilegal foi muito mais volumosa e decisiva do que a legalizada, arbitrada e controlada. Foi a vitória do arbítrio, da arbitrariedade e não da arbitragem. O candidato da extrema-direita produziu, propositadamente, versões fantasiosas da realidade, o que vem dificultando, no pós-eleição, ele abandonar esse mundo de simulacros sem ligação com qualquer dado do real e começar a governar, o que significa ter que lidar com um real que é rebelde em relação às suas fantasias e à seus mitemas. Ele não poderá continuar mitando nas redes, produzindo performances, simulando personagens, veiculando fantasmas e fantasias, sob pena de não conseguir ter contato com o mundo real, cheio de incertezas, imprevistos, acasos, estruturas e forças que não obedecem à simples vontade de um dado sujeito, como acontece nas redes sociais, com suas tecnologias de simulação e produção de uma surrealidade, manipuladas e manipuláveis por especialistas sem escrúpulos e bem remunerados.

Toda campanha política, assim como todo conflito humano, implica a luta entre versões da realidade, entre leituras e interpretações dos dados do real, de uma dada forma de configurá-lo, de lhe dar forma e de veicular essas formas de representação da realidade. Por isso, idealmente, desde os gregos antigos, a democracia, a república, a vida pública exige a exposição e o debate de ideias, de posições, de formas de pensar e de agir, de reputações, de proposições para o governo da cidade. Morre a política e a democracia quando as ideias não são debatidas, quando projetos para a sociedade não são confrontados e expostos em público, quando não se fiscaliza e se torna transparente os procedimentos e as atividades a partir das quais dadas verdades são produzidas e afirmadas, quando os dados do real não podem ser aferidos e debatidos quanto aos sentidos e significados a ser a eles atribuídos. As redes sociais permitiram a existência de uma eleição, de um embate político-eleitoral, sem que um dos contendores tivesse que vir a público expor os dados e os procedimentos a partir dos quais produziu as verdades e enunciados que emitia. Mesmo nos meios de comunicação tradicionais, ele foi poupado de ter aferidas as verdades que emitia, as informações que fazia. Em pleno Jornal Nacional não teve pejo de veicular uma sabida inverdade sobre a existência de um tal kit gay, sem que fosse cobrado pelos debatedores. Em vários momentos se desresponsabilizou de saber sobre aspectos essenciais da governança do país, repassando para terceiros a responsabilidade de saber o que um candidato a presidente deveria conhecer, sem que fosse questionado. Proliferou na campanha a desigualdade e a disparidade de armas. Enquanto aqueles candidatos com quem a grande mídia não simpatizava eram espremidos em verdadeiros embates inquisitoriais, em que não se buscava a verdade do candidato, mas que o candidato aceitasse e referendasse a verdade do mediador ou apresentador do debate ou da entrevista, o candidato favorito das elites nacionais foi favorecido com longas entrevistas particulares e solitárias em que podia dar vazão a suas imposturas e invencionices sem que merecesse qualquer questionamento ou precisasse apresentar qualquer argumentação minimamente razoável, amparada em dados mínimos extraídos do país real. Tivemos assim, uma candidatura e um candidato fake, que pôde manipular a opinião pública sem que fosse molestado por aquelas instâncias que deveriam lhe cobrar a transparência e a exposição dos dados e dos procedimentos que amparavam o que dizia. A própria justiça eleitoral fechou os olhos ou agiu muito vagarosa e tardiamente diante da máquina de veiculação de mentiras, calunias e, inclusive, ameaças e intimidações aos adversários, com consequências materiais concretas.

É preciso também reconhecer a incapacidade das forças democráticas e de esquerda para lidar com o fenômeno das redes sociais e tudo que a ele está atrelado. Nossas esquerdas ainda fazem política, em grande medida, como se fazia no século XIX. Nossas esquerdas ficavam e ficam fascinadas quando enchem praças, passeatas, manifestações com muitas pessoas e bandeiras, faixas e cartazes. Diante das redes sociais essas manifestações, essa maneira de fazer política é pré-histórica. Há que se inventar formas de uso das redes sociais que favoreçam a construção de sujeitos coletivos. O grande acontecimento da campanha foi a emergência na rede do coletivo que se agregou em torno do slogan #EleNão, principalmente porque ele saiu do mundo virtual e se materializou nas ruas, mostrando que a conexão dessas vias de fazer política é possível. Infelizmente, no entanto, ele também demonstrou os limites do exercício da política sem ser orientado por reflexões estratégicas e apostando nas dimensões apenas afetivas ou morais da vida social. O movimento se mostrou incapaz de refletir sobre as consequências que um simples gesto de rejeição a uma dada candidatura poderia gerar. Ou seja, não se contava que um movimento de negação sem a afirmação de um contraponto, sem ser afirmativa e propositiva e não apenas reativa, terminaria por reforçar a solidariedade entre aqueles a que negativava, levando a uma reação ainda mais extremada e consertada de agressão e veiculação de todo tipo de fake news desqualificadoras do movimento. Se desde a facada, toda a estratégia de Bolsonaro foi a da vitimização, foi o de aparecer como o perseguido e injustiçado, o rejeitado pela mídia, pelo establishment, pelos comunistas, pelos petralhas, pelos vermelhos, como um outsider, um solitário valentão e herói patriótico, personagem bem afeito às mitologias veiculadas pelo cinema norte-americano, que giram em torno de justiceiros e vingadores, filmografia formadora da subjetividade de grande parte dos homens e jovens de classe média ou como um mártir afeito ao discurso cristão, o que foi visto como a rebelião das feminazis de esquerda, das cadelas cabeludas e mau cheirosas, terminou por render ao capitão muitos dividendos eleitorais. O movimento terminou por reforçar e dar ares de veracidade a muitas das fake news há muito veiculadas e espalhadas pelas páginas e grupos organizados de direita nas redes sociais. É preciso entender e dominar as estratégias e lógicas de funcionamento da produção de verdades nos meios digitais onde não prevalecem o raciocínio, o argumento racional, a apresentação de dados, mas proliferam as mensagens que com o uso da imagem e de outros recursos audiovisuais apelam para reações emocionais, afetivas, irracionais, a comportamentos de manada e de rebanho (o que se viu na semana final do primeiro turno). Não dá mais para amadorismos nessas áreas. O conhecimento e a análise dos poderes da imagem (a força da imagem da mamadeira com bico de pênis, que ninguém nunca viu, mas acreditou ser verdade), dos bordões, das frases curtas repisadas e reiteradas, da mentira que se repete à exaustão (a riqueza dos filhos de Lula, a Ferrari do Haddad, a invasão vinda Venezuela, a ameaça comunista, a Ursal, a existência de uma cultura global marxista, a ameaça aos cristãos, a ameaça de dissolução das famílias, a adoção nas escolas do ensino para tornar as crianças gays, os professores como doutrinadores esquerdistas, o PT como uma quadrilha e o partido mais corrupto do Brasil, a intenção de tingir de vermelho a bandeira nacional) sandices desse naipe, repetidas a exaustão nas redes sociais, com a ajuda luxuosa da mídia e dos formadores de opinião, se tornaram verdades que foram decisivas na hora de um terço do eleitorado do país decidir o seu voto. Temos que nos preparar para lidar com esse dado do real, ele será intransponível daqui pra frente.

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