Fátima estima receber Governo com duas folhas e meia de atraso
Natal, RN 28 de mar 2024

Fátima estima receber Governo com duas folhas e meia de atraso

17 de dezembro de 2018
Fátima estima receber Governo com duas folhas e meia de atraso

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A governadora eleita Fátima Bezerra (PT) trabalha com a perspectiva de receber o Estado com duas folhas e meia de atraso. O desabafo de Fátima foi feito na manhã desta segunda-feira (17) durante o seminário “Diálogos Nordestinos: a resistência que brota do Nordeste brasileiro”, promovido pela Fundação Perseu Abramo em Natal (RN) e que reuniu representantes e parlamentares do PT dos nove estados nordestinos.

Pelo quadro atual, o governo Robinson ainda não pagou os salários de novembro para quem recebe acima de R$ 5 mil, além dos vencimentos de dezembro e 13º salário de 2018 integrais para quem não trabalha nos órgãos que possuem arrecadação própria. Os servidores que recebem acima de R$ 5 mil também não receberam ainda o 13º salário referente a 2017.

Ao lado do senador Humberto Costa (PT-PE) e do deputado federal José Guimarães (PT-CE), Fátima anunciou também que vai reunir todo o secretariado antes da posse para revelar à sociedade potiguar o legado deixado para a próxima gestão:

- Serão duas folhas e meia de atraso. Até o final do mês vou convocar o secretariado e jogar luz sobre o legado que eles estão nos deixando. É um legado não só de Robinson, mas das outras gestões. Um legado do privilégio, do patriarcalismo e do fisiologismo.

O Governo do Estado não consegue pagar os salários do funcionalismo em dia desde 2016 e, mesmo no primeiro ano da gestão Robinson Faria, só manteve os vencimentos sem atraso em razão de saques no fundo financeiro dos aposentados.

Seminário promovido pela Fundação Perseu Abramo reuniu petistas dos nove Estados do Nordeste

Durante o encontro regional, Fátima também defendeu uma frente ampliada do campo progressista para atuar em bloco contra os retrocessos e ataques aos direitos da sociedade que virão do futuro governo Bolsonaro:

- Uma frente que vá além da esquerda tradicional, ampliada com setores progressistas de juristas, intelectuais, jornalistas, movimentos populares para que a gente possa resistir a esses tempos duros que virão.

A governadora eleita fez um histórico da luta do PT contra as oligarquias do Rio Grande do Norte a partir da eleição dela para a Câmara Federal, em 2002. Ela lembrou que o RN foi o último Estado do país a quebrar o paradigma de eleger apenas filhos das oligarquias ou candidatos com forte poder econômico para o cargo de deputado federal. E voltou a se emocionar ao falar sobre a importância do ex-presidente Lula, preso desde 7 de abril deste ano, na campanha eleitoral de outubro.

Fátima Bezerra embargou a voz ao lembrar dos recados que ouvia endereçados para o líder petista quando percorria o Estado:

- Era impossível não estar com Lula o tempo todo. As pessoas se abraçavam comigo como se estivessem abraçando Lula e me diziam: “cuide dele, Lula tem que sair daquele lugar”.

Num comparativo com o futuro governo Bolsonaro, a governadora eleita do Rio Grande do Norte afirmou que os discursos serão diferentes para tirar o Estado da crise.

- Certamente (governar o Estado) será um dos maiores desafios da minha vida. Vamos juntos tirar o Rio Grande do Norte dessa crise. E juntos, vamos sair desse discurso de corte e privatizações para o discurso de desenvolvimento que traga empregos e cidadania para o nosso povo.

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