Futuro governo: perspectiva do diálogo com as bases
Natal, RN 20 de abr 2024

Futuro governo: perspectiva do diálogo com as bases

10 de dezembro de 2018
Futuro governo: perspectiva do diálogo com as bases

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Por Jefferson Lucio Lima da Silva*

O governo mais bem votado de toda história política do Rio Grande do Norte tem a obrigação moral de incluir nas escolhas de seus grupos de apoio, principalmente no campo de segurança pública e pastas afins, a participação popular na máquina estatal, justamente por ser um governo do povo. Os coletivos, as lideranças comunitárias de bairro e de segurança, e segmentos que queiram tomar parte nessas escolhas deveriam ser ouvidos. Todavia, nota-se que esse vindouro governo está privilegiando a tecnocracia sem o correspondente alinhamento ideológico; e, fazendo escolhas no campo dos cargos estratégicos desprovidas da abertura de diálogos.

Não é de hoje que segmentos que se dizem democráticos ferem a essência desse regime político; afinal o próprio elitismo forjado pelos partidos acaba por criar ranhuras na democracia quando afasta ou esvazia a participação popular no processo de tomada de decisões. O povo, quando não convidado a deliberar nas decisões, torna-se acéfalo e imerso na demagogia (vide Aristóteles, em A Política), isolado e afastado da representatividade e da participação no poder.

Sob esse aspecto, é legítimo abordar, e criticar, as escolhas de especialistas no assessoramento do poder, sustentadas em suposta idoneidade técnica, por apresentarem aparentes razões para dirigir a máquina pública, à revelia do compromisso ideológico, firmando-se a governança de tecnocracia.

Contudo, ao líder eleito cabe escolher para cargos estratégicos aqueles que, no mínimo, sejam afinados às correntes que o levaram ao poder, em respeito ao resultado do sufrágio. Quando isso não ocorre, resta aos eleitores apontar os vícios dessas escolhas e cobrar medidas saneadoras, principalmente quando elas são maculadas e caracterizadas pela imposição de uma classe de profissionais em detrimento da vontade majoritária do colégio eleitoral potiguar. Um exemplo disso é o acatamento da lista tríplice, e a manutenção de secretario sabidamente criticado pelo sindicato correspondente, o que sinaliza preocupação, pois pode servir de prenúncio para ausência de diálogo com o eleitorado progressista, popular, e que almeja participar das escolhas.

Excelentíssima governadora, esteja certa que seu eleitorado está aberto ao diálogo.

*Jefferson Lucio Lima da Silva é Policial Militar lotado no Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (CIOSP), em Natal/RN, e participante do coletivo Polícias Antifascismo. É graduado em Direito e pós-graduando em Direito Público pela UERN.

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