…esse é só o começo, do fim das nossas vidas…
Natal, RN 29 de mar 2024

...esse é só o começo, do fim das nossas vidas...

17 de abril de 2019
...esse é só o começo, do fim das nossas vidas...

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Se me contassem há 5 anos o rumo que minha vida tomaria neste começo de ano estando eu diria: Vocês estão loucos, malucos “de pedra”. Até “ontem” (2016) eu estava me formando em outra profissão (Direito) com diferentes planos (concursos de nível superior, magistratura, docência...). Porém, a vida é cíclica e muda todo dia. É... gente, todo dia mesmo!

E o que nos resta? Parar de sofrer e nos cobrar tanto por isso. Nos autoamar (existe essa palavra?), nos aceitar como somos. E principalmente, parar de se auto-punir, em suma, se reconhecer. “Sou quem eu sou e pronto”. Ou pelo menos sou quem estou podendo ser neste momento. É isto! Só agora aos 33 anos eu puder dizer: sou jornalista com muito orgulho!

No último dia 7 de abril foi “nosso” dia, um dos muitos (tem do jornalista, jornal, repórter, jornalismo). Quem muito tem nada pode, mas isso é outra problematização que talvez eu traga mais à frente. O fato é que o dia do jornalista me fez refletir sobre a minha trajetória e a trajetória dos que me cercam. Convivo quase que diariamente com alguns moldes de jornalistas, alguns jovens, outros bastante maduros, os das redes, das mídias sociais e os que vieram de redação e até hoje o são. Eu não.

Até estagiei no finado Diário de Natal, mas não sou jornalista “raiz”. Eu não sei, não gosto, nem quero me esconder atrás de uma câmera (a não ser para fotografar, o que pretendo aprender mais a diante ). A verdade é que eu gosto mesmo é de estar na frente. Sou da pose, do biquinho, da “fotinho no espelho pra postar no face”, do selfie e da foto vertical pros stories. O problema é que na sociedade machista que a gente vive os homens pensam que a foto é para eles. Owww gente, dá um biscoitinho para eles, dá...

E eis meu “white problem”: não tenho fotos sérias! E o pior, quando me pedem pra ficar séria eu fico sem graça, com vergonha, me sinto interpretando um personagem, porque não sou eu. Eu sou daquelas que faço jornalismo sorrindo. Eu me emociono com as fotos que tiro do celular, eu sorrio junto de orgulho quando um assessorado faz uma fala contundente que “me reapresenta”. Porque se eu estiver “séria demais”, das duas uma: ou eu não estou bem ou estou com a cabeça tão cheia de problemas que não dá para brincar e, portanto, tento me concentrar (o que é super difícil para um ser humano desfocada como eu). Meu “normal” é sorrir.

Já trabalhei em redação, numa sala fechada, mas nunca curti apurar, investigar. Eu usava a redação tal qual uma datilógrafa, o maior número de palavras por segundo para me livrar imediato daquela “prisão” e voltar feliz para onde encontro a paz: a rua, as pessoas, o olho no olho. Nos moldes das redações de hoje (num quarto ou café, sei lá ) eu me sinto do mesmo modo. Eu sou da rua, do corpo a corpo. Do falar com o “povo”, do contar histórias... (Nicole Gump).

Gosto de aparecer sim, de “por minha cara” , minha identidade e, muitas vezes, isso pareceu... soou como “blogueiragem”. Por muito tempo me envergonhei de ser assim. Tentava mudar meu perfil para me adaptar às críticas, me escondendo de algo que eu gostava, amava. Mas vamos lá nomear corretamente as coisas ?

Não gente... hoje não sou blogueira. Eu já tive um blogg, um não, vários, quando nem se falava nisso. De política (chamava Além do que se vê e só tinha dois seguidores: Vítor Pimentel e Danilo Sá, gente que fazia análise crítica durante a faculdade, em meados do 6º ou 7º período). Fazíamos isso muito antes dos Blogs que hoje ganham grana e movimentam o cenário político atual. Erramos no foco, hein meninos ?

Ah, gente... foco ? Já tive, além desse blog de política, um blog de foto (fotolog) de unha (frescurinhas da vida), de cosméticos... mas hoje não tenho mais. Se você quer me colocar numa caixinha, ok. Mas, por favor, me ponha com a etiqueta correta. Tenho um Instagram com vários seguidores. Sou das redes sociais, hoje sou o que se pode ser chamada (retirada a prepotência da pompa do título), uma “digital influencer”. Segue lá: @eunicoletinoco.

Mas voltando, eu sou uma comunicadora nata. Me formei na época que jornalismo era Comunicação Social, onde cabia de tudo um pouco: jornalismo, rádio, publicidade, marketing, até um pouco de RH, gestão de pessoas. Sou comunicadora para além de ser uma jornalista (eu achava que não tinha foco, quando na verdade eu só não sabia dar nome às coisas) Afinal, quem sabe né ?

Meu filho de 11 anos acha que eu sou uma secretária porque o que ele sabe é que eu ando com uma parlamentar e faço parte da assessoria dela. Assessoria ? Vamos combinar, para que tanto rótulo né, gente ? O problema do ser humano é esse, ele problematiza tudo e esquece de viver ! “Rótulos são feitos para coisas, não para pessoas !”

Mas para encurtar a conversa que já está longa (pra variar), quero também falar um pouquinho de Deus. É dele, que eu vivo me escondendo para não parecer fanatismo religioso, muito embora meu amor por ele seja visceral mesmo. Paixão roxa. Ops, roxa não, vermelha sangue, carne.

Ele está em tudo que faço. E se não tiver espaço pra ele não tem pra mim. A maioria dos jornalistas raiz, de mídia alternativa e esquerda tradicional, não curte falar em Deus. Mas eu falo. E muito. Tiro a paciência falando das minhas muitas religiões porque, na verdade, não possuo nenhuma (eu apenas me sinto bem onde Deus está).

E por mais que eu o ame, confesso que tenho um pouco (muito) de “medo” do que peço a ele. Por que ele atende, não no nosso tempo, no dele, tudo, tudo que eu peço ! Por isso peçam direito e com responsabilidade! O pedido será concedido diretamente a você, a ninguém mais.

Sempre pedi a Deus para ser feliz em qualquer lugar que estivesse. E que me levasse para o melhor lugar (Jornalismo ou Direto, já que eu amava os dois de formas diferentes, mas amava). O problema é que ninguém tem dois amores. O Direito era uma paixão, louca e fugaz. Passou, ficou a lembrança. (Mas pode ser ressignificado um dia mais à frente, quem sabe até “nos pegamos” novamente ?

Aos 33 anos, eu descobri meu amor - comunicação social- o curso que fiz na UFRN, que meu coração escolheu lá atrás. Para os jovens, ou pessoas que ainda estão em fase de decisão, se aceitarem um conselho eu posso ajudar, até para que vocês não demorarem tanto tempo quanto eu pra se encontrar profissionalmente: feche o olho e imagina se você se vê fazendo isso para toda vida e com amor, dedicação , alegria. Se assim for, segue, ainda que tudo mude, seu foco é esse ser feliz ! No amor, no profissional, na vida : “Onde não puderes amar não te demores”, disse Frida Kahlo.

Mas voltando à minha história com Deus, eu tenho até “medo” do que peço a ele (por que ele atende, não no nosso tempo, no dele). Por isso, “mores”, peçam direito, e com responsabilidade! Porque ele vai atender.

E quanto ao conselho que dei mais acima sobre se imaginar fazendo isso o resto da vida feliz. Se a resposta for sim.. saiba também que não é garantia ou certeza alguma. Mas eu, Nicole, acredito que você está no caminho certo! E aí volta para o título desse texto e escuta o refrão da música “Além do que se vê”, da minha banda favorita, que está em turnê pelo país. Canta olhando para sua trajetória: “Esse é só o começo do fim da nossa vida, deixa chegar o sonho, preparar uma avenida que a gente vai passar !”

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