As pessoas LGBTI na Chechênia, território anexado a Rússia, estão sendo sequestradas, presas em locais desconhecidos, torturadas e mortas por causa de sua orientação sexual.
A denúncia é da Anistia Internacional, movimento global com mais de 7 milhões de apoiadores em 150 países que realiza ações e campanhas em defesa dos Direitos Humanos.
De acordo com o movimento, duas pessoas já foram torturadas até a morte durante uma recente retomada da repressão às pessoas LGBTI, iniciada há dois anos.
- As pessoas estão vivendo com medo da humilhação, tortura e morte nas mãos das autoridades. Passaportes estão sendo confiscados e destruídos pelas autoridades, de modo que, mesmo quando as pessoas são libertadas, elas não têm como sair da Chechênia”, denuncia o movimento.
A Anistia Internacional informa ainda que as autoridades chechenas negam a existência de pessoas gays, mas também incitam a violência homofóbica dizendo às pessoas para que assassinem seus próprios familiares por causa da orientação sexual, o que significa que qualquer pessoa que seja suspeita de ser LGBTI na Chechênia está em risco extremo.
Há uma petição online recolhendo assinaturas para exigir que o presidente da Rússia Vladmir Putin autorize a investigação desses ataques flagrantes contra as pessoas LGBTI.
“A falta de ação de seu governo é uma “luz verde” para ataques contínuos. Não permitiremos que ele ignore o problema por mais tempo”, diz um comunicado da Anistia Internacional
Acesse a petição online aqui
A perseguição à população LGBTI começou a ser noticiada pela imprensa internacional ainda em 2017. Na época, o próprio governo da Chechênia era acusado de enviar homens gays entre 16 e 50 anos para campos de concentração.
De acordo com o jornal russo Novaya Gazeta, mais de 100 pessoas foram espancadas e eletrocutadas, e pelo menos quatro morreram nesses centros de detenção.
Para as autoridades chechenas, tudo não passa de conspiração. Um porta-voz fez pouco caso e ironizou o problema:
“Mesmo que existissem gays na Chechênia, a polícia não teria problema com isso, pois as próprias famílias deles se comprometeriam a enviá-los a um lugar de onde não seria possível retornar”, disse.