Ex-ministro da Educação critica “Future-se” e diz que novo Governo vê ensino como ameaça
Natal, RN 20 de abr 2024

Ex-ministro da Educação critica "Future-se" e diz que novo Governo vê ensino como ameaça

31 de julho de 2019
Ex-ministro da Educação critica

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Cortes orçamentários, declarações confusas e ausência de projeto. Para Renato Janine Ribeiro, ex-ministro da Educação, os primeiros sete meses do representante da extrema-direita, Jair Bolsonaro (PSL), na Presidência da República refletem a concepção retrógrada de um político que enxerga na Universidade pública uma ameaça.

Nesta semana, novos cortes foram anunciados na pasta que, somente este ano, terá o orçamento reduzido em 25%. Estimativa é que o contigenciamento afete o funcionamento básico de instituições como a UFRN, Ufersa e IFRN, somente no Estado, além de outras federais pelo Brasil.

Desde o anúncio do congelamento de 30% na verba do Ministério, estudantes, professores e trabalhadores vêm denunciando nas ruas o desmonte do ensino público.

Como resposta, o governo apresentou o programa "Future-se", que prevê a criação de um fundo de cerca de R$ 102 bilhões para atrair investimentos privados nas instituições de ensino superior do país.

Renato Janine Ribeiro foi ministro da Educação no segundo mandato de Dilma Rousseff e critica essa proposta.

“O risco que muitas pessoas sentem é que ele talvez leve o governo a parar de financiar o ensino público federal. É esse o receio que existe nas universidades: que o 'Future-se' represente, junto com várias outras ações, uma desresponsabilização, uma destruição da universidade federal”, alerta o ex-ministro, que também é cientista político e professor titular de Ética e Filosofia Política da Universidade de São Paulo (USP).

Entre as estratégias do programa, está a negociação de cotas do fundo na bolsa de valores.

“Quando se tem ações na bolsa, elas podem subir ou cair. Ora, não se pode submeter nem a educação e nem a saúde a um orçamento arriscado. Deve-se garantir os recursos. Se em certos momentos há uma crise econômica, essas são as áreas que mais devem ser protegidas”, lembra Janine.

Daqui a duas semanas, no dia 13 de agosto, haverá uma nova mobilização nacional nas ruas contra as políticas educacionais do governo Bolsonaro.

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