O lugar da FNF é junto do filiado

O América tem uma partida decisiva neste domingo. Não é preciso ficar repetindo o que está em jogo, até mesmo para nós, jornalistas, que dependemos do futebol. Qual será o papel do presidente da FNF, José Vanildo, neste episódio que, tanto quanto todos nós, talvez até mais, também lhe diz respeito? O futebol do RN caminha a passos céleres para o fundo do poço e lutar, pelo menos ajudar a evitar a permanência do clube rubro na quarta divisão, pelo quarto ano seguido, é tarefa de todos.

É preciso que o presidente da FNF José Vanildo da Silva seja presença certa no interior baiano, pois, sem dúvida, seria a melhor maneira de apoiar o seu filiado, além, claro, de se mexer, fazer contato com o pessoal que comanda a arbitragem para pedir zelo na escolha do condutor da partida.  Não estou pedindo pressão do dirigente, como também não admitiria que houvesse do lado de lá, mas um mínimo de interesse e participação, fazendo os rivais baianos saberem que tem pessoas zelando pelo clube. É uma obrigação do dirigente, e o cargo que ocupa exige isso.

Os dirigentes do América que, com o seu voto, ajudaram Vanildo a se manter no cargo até 2022 (absurdo!), precisam cobrar essa postura dele, afinal é a sobrevivência de nosso esporte que está em jogo. Já perdemos espaço demais por conta da incompetência do mandatário, isso precisa mudar e nada muda se não tomarmos atitudes contra esse comodismo, esse desmando que tem sido a gerência do futebol do RN nos últimos anos. Chega de tantas derrotas, dentro e fora de campo e o cartola apontando, sempre, o dedo na direção de gestores do município, do Estado e do empresariado, como se fossem deles a culpa de seus fracassos administrativos.

O lugar de José Vanildo, neste domingo, é em Riachão do Jacuípe,  durante a partida que começa às 15h, ao lado do presidente da federação baiana, ao lado de dirigentes do América, do presidente Eduardo Rocha,  que também é presidente da Liga do Nordeste. E tanto faz que seja em cabine, camarote ou até mesmo na arquibancada, o importante é que estejam todos unidos zelando pelo América. Arbitragem, direção da CBF, dirigentes do clube adversário, torcida, todos, todos precisam saber que o América é muito importante para o futebol do Nordeste e, se tiver que perder, que seja de maneira limpa, jogando futebol. Desse compromisso, tenho convicção, o presidente não pode se esquivar.

Acho que colegas de imprensa vão concordar comigo (os amigos dele, certamente, não), o futebol do RN, nem mesmo nos terríveis anos de gestão de Pio Marinheiro e  Nilson Gomes da Costa, esse último que ficou mais de 20 anos como presidente, e precisou ser defenestrado por uma intervenção, tivemos tantos infortúnios, tantas perdas.

E não se trata só do América. Não sei o resultado do jogo do ABC contra o Treze, no sábado (esse texto é escrito enviado sempre às sextas-feiras), mas o clube do povo, notadamente, é outra vítima dessa hecatombe (me deixem exagerar) que tomou conta de nossos dias de bola, e luta, desesperadamente, contra o rebaixamento a essa mesma Série D que atormenta a vida do América. Já pensaram no terror que seria nossos centenários clubes na quarta divisão, juntos??? Pelo amor de Deus, não!

Talvez, José Vanildo pense que não, mas o torcedor, consciente, afastado é bem verdade, sabe muito bem da situação do Alecrim, de vários filiados que fecharam as portas, além do ocaso do brilhante futebol mossoroense que tantos craques nos revelaram. Em todo o Rio Grande do Norte, cada desportista sabe listar, direitinho, os motivos dessa crise gigante que nos faz hoje, ser maior apenas, no Nordeste, que o futebol do Piauí.