Oposição vai pedir cassação de Eduardo Bolsonaro por apologia à ditadura
O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL/RJ) anunciou nesta quinta-feira (31) que a oposição ao governo Bolsonaro na Câmara vai pedir a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro (PSL/SP) pelas ameaças e apologia ao Ato Institucional nº 05, que significou durante a ditadura militar fechamento do Congresso, do Supremo Tribunal Federal, cassação de mandatos e deu plenos poderes ao presidente da República.
Bolsonaro afirmou que o governo poderia responder com um AI-5 a uma possível radicalização da esquerda, como vem ocorrendo no Chile. Um pouco antes de Freixo anunciar o pedido de cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro, o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM) divulgou uma nota dura criticando Bolsonaro pelas ameaças e declarações.
"O Brasil é uma democracia. Manifestações como a do senhor Eduardo Bolsonaro são repugnantes, do ponto de vista democrático, e têm de ser repelidas como toda a indignação possível pelas instituições brasileiras", disse.
Maia defendeu punição ao parlamentar do PSL:
“A apologia reiterada a instrumentos da ditadura é passível de punição pelas ferramentas que detêm as instituições democráticas brasileiras. Ninguém está imune a isso. O Brasil jamais regressará aos anos de chumbo", afirmou.
Eduardo Bolsonaro é chamado de 03 pelo pai, o presidente da República Jair Bolsonaro. Em 2018, circulou um vídeo nas redes sociais em que ele dizia que, para fechar o Supremo, só precisaria mandar “um soldado e um cabo”.
"Projeto da família Bolsonaro não cabe na democracia", critica deputada do RN
Após a repercussão das declarações e ameaças de Eduardo Bolsonaro, a deputada federal Natália Bonavides se manifestou pelas redes sociais. Para ela, o projeto da família Bolsonaro não cabe na democracia:
- "O projeto da família Bolsonaro não cabe na democracia. É isso que fica explícito em cada atitude, no saudosismo da ditadura militar, nas homenagens ao torturador Ustra, no autoritarismo de suas políticas e com a ameaça de um novo AI-5, que foi responsável também por fortalecer o estado de perseguição que levou a morte e a tortura de centenas de pessoas. Foi sob o AI-5 que os mais bárbaros crimes contra a humanidade foram cometidos durante a ditadura. É essa ameaça que Eduardo Bolsonaro faz ao Brasil", disse.