Menos de 30% das vagas de trabalho captadas pelo Governo são preenchidas no RN
Das 3.389 vagas de trabalho no Rio Grande do Norte em 2019 captadas pelo Governo do Estado, apenas 783 foram preenchidas, um percentual de 23,1%. Ainda assim, houve um crescimento de 230% no número de pessoas admitidas. Em 2018, apenas 240 candidatos foram efetivamente contratados.
Os dados de 2019 foram inflados em razão de uma única empresa – o restaurante Madero, cuja matriz está localizada no Paraná – ter sido responsável pela geração de 600 vagas de trabalho.
Os candidatos a procura de emprego são encaminhados pelo Sistema Nacional de Emprego, ligado à secretaria de Estado do Trabalho, Habitação e Ação Social (Sethas).
O número de vagas de trabalho oferecidas em 2019 também cresceu no comparativo com o ano anterior. Foram 3.389 postos de trabalho em 2019 contra 2.417 em 2018.
A subsecretária da Sethas Karla Veruska admite que é preciso investir na qualificação da mão de obra:
“Conseguimos captar vagas, mas não conseguimos preenchê-las. Os empregadores estão mais exigentes, adotam critérios e pedem para ser atendidos. Por isso o percentual de vagas é maior que o número de pessoas empregadas. O ano de 2019 foi de muitas conversas e agora em 2020 vamos buscar qualificação para colocar as pessoas no mercado”, explicou.
Veruska dá como exemplo uma vaga de pedreiro aberta em 2019, mas que não foi preenchida porque o empregador exigia que o candidato tivesse, pelo menos, o nível médio completo.
“Não conseguimos preencher essa vaga. Vamos investir na qualificação pela Educação, já procuramos o Instituto Federal para parcerias”, adianta.
Há seis anos o Sine não oferece nenhum tipo de curso para as pessoas que procuram emprego. O Governo do Estado também estava sem receber recursos da União em razão de problemas na prestação de contas das últimas verbas federais que chegaram ao RN. Parte dos entraves já foi resolvida e a Sethas aguarda o aval do Ministério da Economia para liberar recursos e voltar a oferecer os cursos. A subsecretária ainda não sabe, no entanto, a soma que virá para o setor.
A ideia é que, após o carnaval, o Sine volte a oferecer cursos com duração de até 40 dias, numa perspectiva de dois por mês. Há conversas adiantadas com o IFRN, a escola da Assembleia Legislativa e o sistema S.
“O Sine ficou alguns anos adormecido por falta de gestão voltada para isso. Também havia dificuldade pelo prédio, mas agora temos como qualificar melhor, temos salas para aulas, para cursos de menor porte e tempo”, conta.
Voltando a funcionar no prédio da matriz, em Candelária, a expectativa é que após a reforma e com o espaço ampliado o órgão volte a oferecer cursos em várias áreas
“As pessoas que procuram o Sine acham que (o órgão) só vai empregar ASG, porteiro... mas a diversidade de vagas é grande. Temos vagas em computação, secretariado, cabelereiro, carpinteiro... o cadastro é para todo tipo de profissional e não apenas para a área de serviços gerais”, explica a gestora responsável pela implementação das políticas públicas de emprego e combate ao desemprego.