“Não seremos intimidados por essas tentativas tirânicas”, diz Glenn Greenwald sobre denúncia do MPF
Natal, RN 24 de abr 2024

"Não seremos intimidados por essas tentativas tirânicas", diz Glenn Greenwald sobre denúncia do MPF

21 de janeiro de 2020

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O jornalista e editor do site The Intercept Brasil Glenn Greenwald e outras seis pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal por invasão de celulares de autoridades brasileiras. A ação ocorre por meio da Operação Spoofing, deflagrada pela Polícia Federal em julho de 2019, com o objetivo de investigar invasões às contas de Telegram de autoridades brasileiras e de pessoas relacionadas à operação Lava Jato.

As mensagens vazadas deram início à série de reportagens intitulada Vaza Jato, publicadas pelo The Intercept Brasil, site do qual Glenn é fundador e que revelou diversas irregularidades na Lava Jato, dentre elas a cooperação entre o Procurador da República e coordenador da força tarefa Deltan Dallagnol e o então juiz Sérgio Moro, hoje ministro da Justiça do governo Bolsonaro.

Na denúncia feira pelo MPF são apontadas a prática de organização criminosa, lavagem de dinheiro, bem como as interceptações telefônicas traçadas pelos investigados.

O jornalista Glenn Greenwald foi denunciado, ainda que não tenha sido investigado nem indiciado pela Polícia Federal. Para o MPF, ficou comprovado que ele "auxiliou, incentivou e orientou o grupo criminoso durante o período das invasões". O Ministro do STF Gilmar Mendes chegou a proibir apurações sobre a atuação do jornalista, afirmando que Glenn deveria ser afastado de acusações devido à proteção do sigilo da fonte, garantido pela constituição.

A denúncia foi assinada pelo procurador da República Wellington Divino de Oliveira e relata que a organização executava crimes cibernéticos por meio de três frentes: fraudes bancárias, invasão de dispositivos informáticos como celulares e lavagem de dinheiro.

O MP declarou em nota que foi encontrado em um computador apreendido um áudio que tornara a denúncia legítima. O Macbook foi embargado na casa de Walter Delgatti, apontado como líder do grupo e o referido áudio seria entre Greenwald e o hacker Luiz Molição. "Molição deixa claro que as invasões e o monitoramento das comunicações telefônicas ainda eram realizadas e pede orientações ao jornalista sobre a possibilidade de ‘baixar’ o conteúdo de contas do Telegram de outras pessoas antes da publicação das matérias pelo site The Intercept”, explicou o MPF.

Sobre a denúncia, o jornalista publicou uma nota em que diz estar vivenciando um "ataque à liberdade de imprensa, ao STF, às conclusões da Polícia Federal e a democracia". Confira a nota.

Com informações do Portal Metropoles

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