Toffoli asfixia sindicatos para forçar fim da greve que já conta com 20 mil petroleiros parados
A greve dos funcionários da Petrobras iniciada em 1º de fevereiro sofreu um duro ataque nesta quarta-feira (12), quando o presidente do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli decidiu multar em R$ 32 milhões a Federação Única dos Petroleiros e nove sindicatos da categoria, incluindo o do Rio Grande do Norte. A pena havia sido aplicada pelo ministro do Tribunal Superior do Trabalho Ives Gandra da Silva Martins Filho, mas a seção Especializada em dissídios coletivos do TST anulara a sentença, por considerá-la exagerada.
A decisão de Toffoli atende a um pedido da Petrobras. A greve dos petroleiros já conta com a adesão de 108 unidades em 13 estados do país. De acordo com a FUP, mais de 20 mil trabalhadores estão parados.
Além da multa, o que dificulta ainda mais o trabalho de mobilização dos Sindicatos, Toffoli endossou a tese que limita a greve em apenas 10% da categoria
O movimento luta para reverter em nível nacional o desmonte da estatal e as demissões aproximadas de mil trabalhadores da Fábrica de Fertilizantes Araucária Nitrogenados, no Paraná.
Gás
Nesta sexta-feira (14), os petroleiros do Rio Grande do Norte venderão botijão de gás por R$ 40 em frente a sede do SindPetro-RN, na Cidade da Esperança. Ações semelhantes estão acontecendo no Amazonas, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Ceará. A iniciativa tem o objetivo de esclarecer a sociedade sobre os motivos da maior greve dos petroleiros desde a paralisação realizada em 1995, durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
A pauta local inclui entre as reivindicações a retomada dos investimentos da Petrobras para recuperar a produção e a capacidade de refino de petróleo e gás no Rio Grande do Norte. O Estado potiguar, que já foi o segundo maior produtor de petróleo no Brasil e teve pico de 110 mil barris por dia, hoje produz em torno de 36 mil.
Os representantes dos trabalhadores da Petrobras foram ouvidos pelos líderes partidários e os presidentes da Câmara e do Senado durante reunião realizada na residência oficial da Presidência do Senado.
A Petrobras ficou de dar uma resposta aos presidentes da Câmara e do Senado, que solicitaram a retomada da mesa de negociação.