MST aciona Justiça para impedir despejo de acampamento em Minas
Natal, RN 16 de abr 2024

MST aciona Justiça para impedir despejo de acampamento em Minas

13 de agosto de 2020
MST aciona Justiça para impedir despejo de acampamento em Minas

Ajude o Portal Saiba Mais a continuar produzindo jornalismo independente! Apoie com qualquer valor e faça parte dessa iniciativa.

Quero Apoiar

O MST entrou com um pedido no (STJ) Superior Tribunal de Justiça para impedir a ordem ilegal de despejo no acampamento Quilombo Campo Grande, em Minas Gerais. Aproximadamente 200 policiais de cinco batalhões diferentes da Polícia Militar foram até o acampamento para cumprir a ordem de despejo.

Uma escola e um barracão onde moravam três famílias foram derrubados. A polícia não soube apontar um local para acolher as famílias ou levar as criações dos camponeses e chegou a sugerir que elas deveriam ir para a Vila Vicentina, onde se concentram os casos confirmados de Covid-19 na cidade.

Coordenador nacional do MST, João Pedro Stédile acusou o governador de Minas Gerais Romeu Zema de trair o povo de Minas:

- O gov. Zema, como era de esperar, traiu o povo de Minas de novo. O despejo não foi suspenso, a PM continuou na área, destruiu a escola e os barracões.Traiu até ao pres. da CNBB e arcebispo de BH com quem tinha se comprometido. Santa paciência, protegei-nos de tantos hipócritas!", escreveu no twitter.

Clima tenso

Foram mais de 12 horas de tensão na quarta-feira, até que o governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo) anunciasse recuo sobre o despejo. Ainda assim, a polícia permaneceu no local. O comandante da ação disse ao MST que o despejo continuaria caso não recebesse ordem de suspensão de forma oficial.

Zema disse que a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social havia encaminhado o pedido de suspensão à comarca de Campo Gerais, que não foi aceito. O MST critica Zema:

“Ele é o governador e podia dar a ordem para a polícia parar com essa atrocidade e se retirar, pelo menos enquanto recorremos na Justiça. Todo mundo aqui está em risco agora, exposto ao Coronavírus. Em vez disso, ele se acovarda e inventa desculpas”, disse a coordenadora estadual do MST Débora Mendes.

O posicionamento do governador aconteceu depois de um dia de intensa mobilização virtual, política e de resistência dos acampados na área. Nas redes sociais, inúmeros parlamentares publicaram vídeos solicitando a suspensão da reintegração de posse, assim como movimentos populares e setores da Igreja Católica. A tag #salvequilombo foi uma das mais comentadas do dia no twitter.

O movimento organizou ainda uma petição online e o envio de mensagens ao site do Tribunal de Justiça de MG.

O Presidente da comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM), 66 parlamentares e o presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos solicitaram uma reunião emergencial com Romeu Zema.

Com informações da página oficial do MST

Apoiar Saiba Mais

Pra quem deseja ajudar a fortalecer o debate público

QR Code

Ajude-nos a continuar produzindo jornalismo independente! Apoie com qualquer valor e faça parte dessa iniciativa.

Quero Apoiar

Este site utiliza cookies e solicita seus dados pessoais para melhorar sua experiência de navegação.