No Rio Grande do Norte, apenas 10 candidatos se identificam como indígenas

Do total de 10.483 postulantes a cargos municipais em cidades do Rio Grande do Norte, apenas 10 candidatos se autodeclaram pertencentes ou descendentes de alguma etnia indígena, segunda dados do Tribunal Superior Eleitoral. Na capital, a ausência de representantes das populações originárias é ainda maior, tendo em vista que o único candidato a declarar-se indígena é o bolsonarista Erick Guerra, natural do Recife, em Pernambuco.

Em comparação com as últimas eleições municipais, realizadas em 2016, houve um incremento de apenas duas candidaturas de indígenas no estado. No entanto, na disputa seguinte, por cargos no legislativo federal, estadual e executivo estadual e nacional, apenas Francisco de Assis José dos Santos identificou-se como indígena ao tentar o cargo de deputado estadual pela sigla formada pelo PT e PCdoB.

O Partido dos Trabalhadores é a sigla que mais aglomera candidaturas com essa identificação de cor e raça. Francisca do Tapará tenta vaga como vereadora em Macaíba, Ceiça Gois também busca uma cadeira no legislativo municipal de Parnamirim enquanto Geraldão do PT encabeça chapa para prefeitura no município de Nísia Floresta.

O segundo partido a agregar mais candidaturas indígenas é o Republicanos, com Eliza e Acacia Gomes, ambas candidatas à vagas na Câmara Municipal de Vila Flor.

Também postulam candidaturas para cargos de vereador Rodrigo Tapará, pelo Cidadania, em Macaíba, Antonio Bento, do PP em Lagoa Nova e Luiza Anailda do MDB em Jardim de Angico.

Irmã Lila encabeça chapa para prefeitura em Canguaretama, pelo PSDB, e Erick Guerra se candidata à vice-prefeito de Natal na chapa pura do PSC.

De acordo com dados do IBGE, a população reconhecidamente indígena no Rio Grande do Norte corresponderia, até 2010, ao total de 2.597 pessoas, o que colocava o estado com o menor percentual de população nativa do país (0,42%).