O gênio, a lenda, o 10. O argentino Diego Armando Maradona morreu nesta quarta-feira (25) pela manhã após uma súbita parada cardíaca na casa onde estava hospedado, em Tigres. A notícia chocou o mundo e fez a Argentina desaguar num choro preso, mas cada vez mais previsível.
Maradona tinha 60 anos de idade e havia se submetido há poucas semanas a uma cirurgia para drenar um hematoma na cabeça.
Torcedor do Boca Júnior e ídolo do Nápoli, o ex-camisa 10 da Seleção da Argentina campeão da Copa do Mundo em 1986 estava trabalhando como treinador do Gimnásia LP, clube argentino.
O jornal Clarín divulgou em primeira mão a morte de Maradona no início da tarde. A informação foi confirmada à Rede Globo pelo advogado particular do ex-atleta.
Tão logo a informação foi divulgada, amigos, fãs e ex-atletas contemporâneos de Maradona divulgaram mensagens de despedida. Uma deles foi o craque brasileiro Romário, hoje senador da República, que se referiu ao argentino como “amigo” e “a lenda”:
- Meu amigo se foi. Maradona, a lenda! O argentino que conquistou o mundo com a bola nos pés, mas também por sua alegria e personalidade única. Já disse algumas vezes, dos jogadores que vi em campo, ele foi o melhor”, afirmou o Baixinho.
O ex-jogador Walter Casagrande, que também jogou na mesma época do craque argentino, se emocionou ao vivo falando da dependência química de Maradona:
- Eu fico revoltado com as pessoas que estão ao redor dos dependentes químicos porque poderiam fazer alguma coisa. Eu fico muito mal quando morre um dependente químico. Fico chocado com a perda de um grande jogador”, disse o hoje comentarista da Globo sem conter as lágrimas.
Amigo de Fidel e Chavez; defensor da América Latina grande e livre
Maradona começou a carreira nos anos 1970 jogando pelo Argentino Jrs, se transferiu para o Boca Jrs, seguiu para o Barcelona e fez história no Napoli, onde foi ídolo. Jogou ainda pelo espanhol Sevilla e pelo argentino Newell's Old Boys antes de voltar ao Boca, para encerrar a carreira no clube do coração.
O El Diez ainda disputou quatro copas do Mundo: 1982, 1986, 1990 e 1994.
Maradona também ficou marcado por problemas extra-campo, especialmente em razão da dependência química. Os efeitos da cocaína e do álcool acompanharam o craque durante vários anos. Os críticos sempre usavam a questão do envolvimento dele com as drogas para menosprezar ou tentar diminuir a importância do argentino.
Outra característica conhecida da lenda Maradona foi a posição política externada durante a carreira. Progressista, de esquerda e preocupado com as questões sociais da América Latina, Dom Diego tinha uma tatuagem no braço com o rosto do conterrâneo Ernesto Che Guevara e outra na perna, com o rosto de Fidel Castro. Aliás, foi amigo dos ex-presidentes de Cuba Fidel Castro e da Venezuela Hugo Chávez. Também se posicionou a favor da chamada "Guerra das Malvinas", entre Argentina e Inglaterra, e defendeu como nenhum outro jogador de futebol a América Latina grande, independente e livre.
Também se posicionou em favor da eleição do atual presidente da Argentina Alberto Fernandez e contra a reeleição de Maurício Macri.
Num mesmo 25 de novembro, mas em 2016, morreu Fidel Castro.