Luiz Ignácio Maranhão Filho recebe prêmio in memoriam e terá centenário celebrado em 2021
O jornalista, advogado, professor e militante comunista Luiz Ignácio Maranhão Filho completaria 100 anos de idade em 25 de janeiro de 2021. O centenário do ex-preso político mais conhecido do Rio Grande do Norte será lembrado com uma extensa programação ao longo do próximo ano.
A agenda inclui o lançamento de um selo comemorativo, de livros, a republicação da biografia “Luiz, o Santo Ateu”, de Eloneida Studart, além debates e outras ações que serão idealizadas e executadas por uma comissão oficial, criada pela Fundação José Augusto em 10 de novembro, formada por 21 personalidades do Rio Grande do Norte.
O grupo será presidido pelo economista e ativista dos Direitos Humanos Roberto Monte e conta ainda com familiares e militantes contemporâneos de Maranhão Filho, além de professores da UFRN, intelectuais, jornalistas, pesquisadores e amigos.
A comissão executiva e os grupos de apoiadores e colaboradores se reunirão de forma virtual às quartas-feiras até a vacinação contra a covid-19. A programação em homenagem ao centenário de Luiz Maranhão Filho será semelhante à criada em celebração ao centenário de Djalma Maranhão e funcionará como prévia dos 100 anos do PCB, que acontece em 2022.
Prêmio
Nesta quinta-feira (10), o Centro de Direitos Humanos e Memória Popular concede in memoriam XXVII Prêmio Estadual de Direitos Humanos e o XXIV Prêmio Jornalístico de Direitos Humanos. A solenidade acontece a partir das 17h, na plataforma DHnet. Na ocasião, a comissão do Centenário de Luiz Ignácio Maranhão Filho será lançada oficialmente. Hoje também é celebrado os 72 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
O Prêmio Estadual de Direitos Humanos foi criado em 1994, em homenagem ao militante e ex-desaparecido político Emmanuel Bezerra dos Santos, e tem o objetivo de agraciar aquelas pessoas ou Entidades comprometidas com os Direitos Humanos, as liberdades democráticas e a defesa da vida. Já o Prêmio Jornalístico de Direitos Humanos foi criado em 1997, com o intuito de homenagear os jornalistas identificados com a causa e a promoção dos Direitos Humanos e da Cidadania.
Luiz Maranhão
Natural de Natal (RN), Luiz Ignácio Maranhão Filho lutou contra a ditadura militar, foi preso, barbaramente torturado e desapareceu em 3 de julho de 1974. O corpo do jornalista nunca apareceu. Em depoimento a Comissão da Verdade, o ex-delegado do DOPS Cláudio Guerra declarou que Maranhão Filho foi torturado, assassinado e teve corpo incinerado numa usina de açucar no interior do Rio de Janeiro, local usado pelos militares para “sumir” com os corpos de opositores do regime.