Justiça derruba aplicativo do governo federal que recomendava medicamentos sem eficácia para covid
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Justiça derruba aplicativo do governo federal que recomendava medicamentos sem eficácia para covid

21 de janeiro de 2021
Justiça derruba aplicativo do governo federal que recomendava medicamentos sem eficácia para covid

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Imagem: Adriano Machado/Reuters

O aplicativo do governo federal TrateCov, que recomendava o “tratamento precoce” com medicamentos sem eficácia, saiu do ar por decisão judicial nesta quinta-feira (21). O Ministério da Saúde informou que a plataforma foi ativada “indevidamente”.

A deputada federal Natália Bonavides (PT/RN) e o deputado Marcelo Freixo (PSOL) pediram que fosse apurado se o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, exerceu ilegalmente a medicina por meio do aplicativo, que tinha como objetivo receitar o que os bolsonaristas chamam de “kit Covid”, composto por hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina. Nenhum desses medicamentos auxilia na prevenção ou combate à covid.

A deputada Natália Bonavides declarou que considera o aplicativo um risco à saúde da população. “Apresentei essa representação no MPF para que o aplicativo seja suspenso e os responsáveis punidos! Todos os indícios são de que não passa de um ‘aplicativo fake’ para receitar Cloroquina. É mais um crime deste governo contra a saúde pública”, disse a potiguar.

A ferramenta, apesar de, segundo sua descrição, ser destinada para médicos, estava aberta para uso por qualquer pessoa, sem exigência de cadastro ou comprovação de vínculo com algum conselho profissional.

Relatos sobre o aplicativo revelaram que, mesmo ao inserir dados sobre sintomas não específicos para a covid-19, como dor nas costas, o aplicativo oferecia como opção terapêutica o “tratamento precoce”.

Responsabilização

O Conselho Federal de Medicina (CFM) informou em nota que determinou uma análise do aplicativo. “O trabalho será conduzido por conselheiros e assessores técnicos e jurídicos que avaliarão aspectos clínicos, jurídicos e éticos relacionados à ferramenta”, diz o informativo.

O CFM reiterou que mantém o entendimento do seu Parecer 4/2020, no qual informa não existirem evidências que possibilitem a indicação de uma terapia farmacológica específica para a covid-19.

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