Sem vacina, chegada de 220 mil passageiros ao Rio Grande do Norte durante a alta estação aumenta riscos de covid-19
Natal, RN 19 de abr 2024

Sem vacina, chegada de 220 mil passageiros ao Rio Grande do Norte durante a alta estação aumenta riscos de covid-19

8 de janeiro de 2021
Sem vacina, chegada de 220 mil passageiros ao Rio Grande do Norte durante a alta estação aumenta riscos de covid-19

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Para um estado que depende da renda gerada pelo turismo, a notícia da chegada de 220 mil passageiros à Natal só no mês de janeiro deveria ser muito bem recebida, se não fosse a pandemia da covid-19. Por causa da doença, três hospitais no Rio Grande do Norte estavam com 100% de ocupação dos leitos para pacientes com covid-19 na manhã desta sexta (8); o Hospital Giselda Trigueiro, em Natal; o Hospital Tarcísio Maia, em Mossoró; e o Hospital Regional Hélio Morais Marinho, em Apodi. Em Pau dos Ferros, o Hospital Regional Dr Cleodon Carlos de Andrade chegou a esgotar os leitos no início da manhã, mas baixou para uma ocupação de 90%.

Os leitos críticos (UTI e semi-intensivos) estão com 82,9% de ocupação no Seridó, 72,5% na região Oeste e 61,2% na região Metropolitana de Natal, segundo o Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN). Até esta quinta (7), o RN já acumulava 121.439 casos confirmados e 3.067 mortes por covid-19. Um total de 65.755 pacientes foram diagnosticados com Síndrome Gripal Não Especificada, porque apesar de suspeitos, não foi possível fazer exame laboratorial para confirmar o diagnóstico.

Durante a alta estação do mês de janeiro, 312 voos terão Natal como ponto de chegada ou partida vindos de Belo Horizonte (MG) e Congonhas (SP), que começam a fazer voos diretos para a capital potiguar. Em dezembro, foram incluídos na malha aérea os voos de Goiânia, Ribeirão Preto e Uberlândia. Já os voos de partida tiveram São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e Recife incluídos no destino final.

Como medida de prevenção ao novo coronavírus, a Inframérica anunciou algumas medidas que devem ser seguidas pelos passageiros que chegam ao aeroporto, como o uso de máscara de proteção, distanciamento social com adesivos fixados no chão sugerindo o distanciamento social que deve ser mantido em filas, balcão de check-in, raio-X e portão de embarque. A higienização dos ambientes, como banheiro, será reforçada, assim como a reposição de sabão e álcool gel a 70%. Para cumprir todos os protocolos de segurança, a Inframérica sugere que os passageiros cheguem aeroporto com até 2h de antecedência. Mesmo assim, as medidas podem ser insuficientes diante dos números crescentes da pandemia do novo coronavírus.

“Enquanto não houver vacina o ciclo da doença continua aberto, estamos com a pandemia em andamento, não à toa o número de óbitos em todo o país continua batendo recorde. Toda essa nova dinâmica que vem acontecendo de liberalização de atividades econômicas e ocupação das ruas, festas, aglomerações e trânsito aberto de passageiros coloca um risco real de aumento de transmissão. A chegada desses 200 mil novos passageiros à cidade, evidentemente, é um fator que traz preocupação. A única coisa capaz de produzir uma alteração nesse contexto todo será a vacinação. Enquanto isso, estamos sempre na mesma situação de risco porque o nível de imunidade da nossa comunidade ainda é muito baixo e ainda há mais pessoas que não adoeceram de covid do que as que adoeceram e continuam susceptíveis a se tornarem novos pacientes. Até que as pessoas estejam vacinadas, isso pode alimentar o crescimento do número de casos no mês de janeiro”, avalia o médico infectologista, Ion de Andrade.

Atualmente, o Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante tem uma média diária de 49 voos, entre chegadas e partidas. Apesar dos 220 mil novos passageiros em janeiro, esse número ainda é 18,8% menor do que o apresentado antes da pandemia, quando o aeroporto recebia 1.850 pousos e decolagens por mês. Desde 21 de dezembro até o fim de janeiro, serão 1.500 pousos e decolagens, sendo 312 extras.

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