Depois de ter acenado a possibilidade de dar andamento a um dos mais de 60 pedidos de impeachment protocolados contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse nesta segunda-feira, 1°, que não vai deferir impeachment.
No domingo (31), Maia tinha sinalizado a possibilidade de abertura do processo depois que integrantes do seu próprio partido, o DEM, decidiram pelo voto em Arthur Lira (PP-AL) – candidato apoiado por Bolsonaro – na disputa pela presidência da Câmara, que ocorre nesta segunda, com sessão prevista para começar às 19h. Pelo menos três deputados confirmaram ao jornal Folha de S.Paulo a intenção do ainda presidente da Câmara em meio à reunião na qual foi comunicado sobre a debandada do DEM do bloco de apoio a Baleia Rossi (MDB-SP). Hoje, o próprio Maia negou:
- Eu nunca disse que ia dar (prosseguimento ao impeachment). Vocês ficam ouvindo as pessoas e não confirmam comigo", disse o parlamentar.
A decisão dos deputados do DEM ocorre após a liberação pelo governo Bolsonaro de R$ 3 bilhões em obras a 285 parlamentares. A concessão está sendo contestada pela bancada do Psol na Câmara, que protocolou, dia 28 de janeiro, uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU) e outra no Ministério Público Federal (MPF). Isso porque, a liberação se dá em meio à eleição da Câmara e do Senado para a escolha dos novos presidentes das duas casas e chamou a atenção por suspeita de compra de voto.