Lá vem mais um 1º de Abril…
Natal, RN 29 de mar 2024

Lá vem mais um 1º de Abril...

30 de março de 2021
Lá vem mais um 1º de Abril...

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1.º de abril é o Dia da Mentira. Consta que a origem remete à França do século 16, no reinado de Carlos IX quando o ano-novo era comemorado em 25 de março até o primeiro dia de abril, com a chegada da primavera, até que o papa Gregório XIII instituiu novo calendário para todo o mundo cristão – o chamado calendário gregoriano – em que o ano-novo caía em 1º de janeiro. Existem outras versões para a data, mas essa parece ter bases sólidas e me agradou bastante.

Mas 1.º de abril no nosso triste Brasil também remete a uma verdade terrível que às vezes soa como mentira: a implantação de um Regime Militar. Iniciado na madrugada do dia 31 de março para o dia 1° de abril de 1964, que desencadeou na derrubada do presidente João Goulart, e depois em cassações e prisões políticas, tortura a assassinatos, numa página triste e longa do país.

Acontece que de 2019 para cá, quando o despresidente tomou posse, graças a um golpe parlamentar-midiático-jurídico que tirou da eleição o líder nas pesquisas, é sempre importante repetir, o 1.º de abril também é data em que o demente que nos governa ameaça dar um Golpe Militar. Por sinal bem desnecessário, já que ele próprio é militar (embora capitão medíocre, expulso por insubordinação), o vice-presidente é um general, e centenas de cargos importantes no Governo são ocupados por militares de diversas patentes. Portanto, golpe para quê?

Ainda assim, o demente insiste nisso. Fez em 2019 e em 2020, nos ameaça e insinuar um novo 1964, ele saudoso que sempre foi daquele tempo onde se torturaram e desapareciam com adversários políticos ou desafetos. E faltando 2 dias para a data, esperemos já o que Bolsonaro nos prepara na sua celebração pessoal da data.

Na verdade, o desgoverno está bem tumultuado com a troca de seis ministros, pressão para demissão de alguns deles (como o odiado e pavoroso chanceler Ernesto Araújo, enfim demissionário). Essa tensão no ar gerou duas correntes de pensamento: a de quem acha que Bolsonaro prepara para meados deste 1º de abril uma espécie de auto-golpe com direito a Estado de Sítio e regime de repressão; e outro grupo - onde me incluo - que pensa o contrário, ele está acuado, preocupado, quase desesperado e está perdendo parte do apoio dos militares de alto escalão e da elite econômica (que na verdade são os que o sustentam politicamente).

Mas, enfim, esperemos o que um mentiroso contumaz e patológico  como Bolsonaro nos presenteará no 1.º de abril, Dia da Mentira e dia que deveria ser lembrado como o começo de uma longa noite de terror e repressão. Não temos nem teremos nada para comemorar em um país que está virando uma grande mentira. De qualquer maneira, esperemos. No Brasil o poço sempre pode ficar mais fundo.

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