Sérgio Moro foi parcial ao julgar e condenar Lula, decide Suprema Corte

O ex-juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba Sérgio Moro foi parcial ao julgar e condenar o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Por 3 votos a 2, o Supremo Tribunal Federal decidiu pela suspeição do ex-magistrado.

Os ministros da 2ª Turma do STF ainda precisam definir se a decisão vale apenas para o processo envolvendo o tríplex do Guarujá ou se as demais ações julgadas por Moro também estão sob suspeita, o que acarretará, na prática, na anulação de todas as provas colhidas contra o ex-presidente.

Dessa forma, todas as investigações envolvendo Lula teriam que começar do zero.

No dia 8 de março, o ministro Edson Facchin decidiu anular todos os processos envolvendo o líder do Partido dos Trabalhadores alegando que Moro não tinha competência para julgá-los em razão dos processos não terem relação com a operação Lava Jato, que se debruçava sobre o esquema de corrupção na Petrobras.

No dia seguinte à decisão de Fachin, o ministro Gilmar Mendes colocou em pauta o julgamento da suspeição de Moro, iniciado em 2018.

A leitura dos votos de Mendes e de Ricardo Levandowisk empatou o placar em 2 x 2 no placar, quando o ministro Kassio Nunes, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, pediu vistas para analisar os autos. O voto dele, nesta terça-feira (23) foi em favor de Sérgio Moro, alegando que o ex-juiz deveria ter direito à defesa e que um habeas corpus, como o apresentado pela defesa de Lula, não seria suficiente para referendar uma suspeição.

No entanto, a ministra Carmem Lúcia mudou voto que havia dado em 2018 em favor do ex-juiz. À época, as mensagens revelando um conluio entre Sérgio Moro e a força tarefa da Lava Jato ainda não haviam sido divulgadas pelo site The Intercept Brasil.

Com as novas informações e a pressão da opinião pública, Carmem Lúcia decidiu que Moro foi parcial no julgamento.