Pazuello começa depoimento na CPI do Senado negando existência de medicação para tratar covid

19 de maio de 2021

Duas semanas depois da primeira convocação, que tinha sido feita em 5 de maio, o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, começou seu depoimento na CPI da covid no Senado nesta quarta (19). Ironicamente, Pazuello, que conseguiu junto ao Supremo Tribunal Federal um habeas corpus que garante o direito de ficar calado durante seu depoimento à CPI da covid, começou agradecendo pela oportunidade de falar e esclarecer questões da covid-19.

Na primeira parte de apresentação, Pazuello teve uma postura defensiva, falando da trajetória pessoal e afirmando que o ministro da Saúde não decide nada sozinho, sendo responsável por apenas 1/3 das decisões. Os outros 2/3 seriam de responsabilidade do Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde) e Conasems (Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde).

Apesar da defesa do tratamento “precoce” durante toda sua gestão, atestando as falas do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o uso da hidroxicloroquina, Pazuello negou a existência de medicação para tratamento da covid-19 com eficácia comprovada cientificamente.

Eduardo Pazuello, que foi ministro da Saúde entre maio de 2020 e março de 2021, ainda afirmou que o Brasil está entre os países que mais vacinam no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia. No entanto, levantamento feito pela CNN aponta que até esta terça (18), o Brasil era 61º no ranking global da vacinação, na proporção para cada 100 habitantes. Já entre os países do G20, grupo formado pelos países dentre as 20 maiores economias do mundo, o Brasil aparece em 10º lugar, com 27,76 doses aplicadas a cada 100 habitantes.