Com menos de 10% das grávidas vacinadas, Natal é a única cidade do RN a não aderir a dia D de vacinação para gestantes
Natal, RN 19 de abr 2024

Com menos de 10% das grávidas vacinadas, Natal é a única cidade do RN a não aderir a dia D de vacinação para gestantes

4 de junho de 2021
Com menos de 10% das grávidas vacinadas, Natal é a única cidade do RN a não aderir a dia D de vacinação para gestantes

Ajude o Portal Saiba Mais a continuar produzindo jornalismo independente! Apoie com qualquer valor e faça parte dessa iniciativa.

Quero Apoiar

Natal tem cerca de 9.500 gestantes e recebeu sete mil doses de vacinas contra covid-19. No entanto, de acordo com levantamento da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), através da plataforma RN Mais Vacina, menos de 10% desse público foi imunizado até agora na capital.

Para melhorar esse índice, a Sesap organizou junto com o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems), o dia D da vacinação de gestantes, com ou sem comorbidades. O esforço conjunto dos municípios do estado para vacinar mulheres grávidas será no dia 12 de junho.

No entanto, apesar do baixo índice de vacinação de gestantes na capital, Natal foi o único município a não aderir ao dia D. A explicação da Secretaria Municipal de Saúde, é que a capital optou por seguir orientação do Ministério da Saúde, que determinou a vacinação de gestantes com comorbidades.

Mas, de acordo com a Sesap, há notas informativas, além de deliberação da Comissão Intergestora Bipartite (CIB), da qual fazem parte representantes da Sesap, do Cosems, do Conselho Estadual de Saúde e da Superintendência do Ministério da Saúde, que sinalizam para a importância da vacinação de mulheres gestantes com e sem comorbidades, além de puérperas (mães de recém-nascidos com até 45 dias).

A importância dessa vacinação é que observamos um cenário epidemiológicos com, pelo menos, 40 óbitos em mulheres gestantes no Rio Grande do Norte somente em 2021. Esse número era muito menor em 2020, quando oito mulheres vieram a óbito. Também existe toda uma questão social por trás do óbito em mulheres gestantes ou que acabaram de parir, porque há várias crianças que ficarão órfãs e que vão precisar de cuidados e de políticas públicas específicas que garantam o acesso à saúde, educação e a todas essas questões que estão implicadas na vida de uma criança”, defende Kelly Lima, Coordenadora de Vigilância em Saúde da Sesap.

À princípio, o Ministério da Saúde tinha orientado para a ampliação da vacinação para todas as mulheres gestantes com e sem comorbidades. No entanto, depois que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) identificou problemas na vacinação de grávidas, o Ministério da Saúde suspendeu em 11 de maio a aplicação do imunizante da Oxford/ Antrazeneca nas gestantes. A vacinação foi retomada com utilização da vacina da Pfizer, com a orientação do Ministério para que fossem priorizadas as gestantes com comorbidades.

“Ao retomar a vacinação, o Ministério coloca que devem ser priorizadas as gestantes com comorbidades e não fala nada das demais gestantes. Ele não proíbe a vacinação nas demais. Fizemos uma deliberação através da CIB, com a participação de todos os entes federativos, mas aqui no estado. Ficou acertado que faríamos a distribuição da Pfizer para todos os municípios e que as vacinas deveriam ser aplicadas, prioritariamente, nas gestantes com comorbidades, seguida pelas demais. Pela documentação, inclusive da Sociedade Norte Rio-grandense de Obstetrícia, observamos que o risco de não vacinar era muito maior”, acrescenta a Coordenadora de Vigilância em Saúde da Sesap.

Diante do baixo índice da vacinação de gestantes na capital e do fato de não aderir ao dia D da vacinação de gestantes contra a covid-19, a preocupação da Sesap, é que a Secretaria Municipal de Saúde de Natal esteja utilizando as vacinas da Pfizer nos demais públicos, o que pode resultar na falta de imunizante para as mulheres grávidas.

Deputada Natália Bonavides (PT) pede inclusão de lactantes em Plano de Vacinação

Além das gestantes, a deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) solicitou à Sesap e à Secretária Municipal de Saúde de Natal a inclusão das lactantes no Plano Estadual e Municipal de Vacinação contra a covid-19, para que sejam vacinadas as gestantes e puérperas, com ou sem comorbidades, independente da idade do filho.

Natália Bonavides, deputada federal pelo RN

"Em 2020 o Brasil registrou uma média 899 mortes de bebês menores de um ano por Covid, segundo dados da organização de saúde Vital Strategies, sendo considerado o país com maior número de óbitos dessa faixa etária no mundo. As mulheres que amamentam protegem esses bebês. A vacinação é urgente”, defende Natália.

A parlamentar argumenta que pesquisas, como a da revista científica americana “The Journal of the American Medical Association (JAMA), comprovam que os anticorpos da mãe vacinada são transmitidos ao bebê através do leite materno sem riscos para o lactente, o que garante a imunização de duas pessoas a partir de uma única dose de vacina. Além disso, outros estados como a Bahia e o Piauí, já teriam adotado essa estratégia.

Apoiar Saiba Mais

Pra quem deseja ajudar a fortalecer o debate público

QR Code

Ajude-nos a continuar produzindo jornalismo independente! Apoie com qualquer valor e faça parte dessa iniciativa.

Quero Apoiar

Este site utiliza cookies e solicita seus dados pessoais para melhorar sua experiência de navegação.