Conheça Bruno Melo, presidente no RN do provável partido de Bolsonaro
Natal, RN 18 de abr 2024

Conheça Bruno Melo, presidente no RN do provável partido de Bolsonaro

25 de junho de 2021
Conheça Bruno Melo, presidente no RN do provável partido de Bolsonaro

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A imprensa nacional vem especulando sobre o partido que Jair Bolsonaro vai se filar para disputar as eleições de 2022. Já foram citados o PTB de Roberto Jefferson, o Progressistas (antigo PP) ou até o retorno ao PSL, sua última legenda. Entretanto, os movimentos políticos colocam o Patriota como um possível destino do presidente da República.

Na quinta-feira (24), porém, a família Bolsonaro teve um revés. Uma ala do Patriotas decidiu afastar por 90 dias o presidente da legenda Adilson Barroso, principal aliado do clã. Logo que assumiu a sigla, o vice-presidente, Ovasco Resende, adiantou que o partido está aberto a receber qualquer candidato à presidência da República. Mas a filiação de Bolsonaro é incerta.

No Rio Grande do Norte, o Patriotas é comandado desde fevereiro de 2021 por Hanne Bruno Figueiredo de Melo. Há algumas semanas, o líder partidário deu declarações à Tribuna do Norte sobre a estrutura da agremiação no estado e a expectativa de filiação do presidente Bolsonaro.

O jornal criado por Aluízio Alves falou do Patriota no RN e limitou apenas a descrever o representante da sigla como vice-presidente da União dos Vereadores do Rio Grande do Norte (UVERN) e ex-vereador do município de Severiano Melo, cidade situada a 360 km de Natal e 110 Km de Mossoró. Terminada a reportagem, restou a seguinte indagação: Quem é Bruno Melo?

O presidente da comissão provisória do Patriota no Estado está politicamente vinculado ao ex-deputado federal e atual ministro do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho (sem partido). De acordo com colunistas políticos, Bruno Melo foi designado pelo atual ministro do governo Bolsonaro para organizar o partido com vistas às eleições de 2022.

Bruno Melo é vinculado a Rogério Marinho (sem partido)

A trajetória política de Bruno Melo teve início em 2004 quando disputou a eleição e foi eleito vereador de Severiano Melo pelo PPS. Nos pleitos municipais seguintes, nos anos 2008, 2012 e 2016, foi reeleito defendendo as cores do PSDB. Para 2020, o então tucano declarou a aliados que, por estratégia política, não seria candidato à reeleição. Publicamente, nada pronunciou sobre hipotéticos impedimentos legais para a busca do seu quinto mandato.

Contudo, durante os mandatos de vereador, chegou a ocupar o cargo de presidente da Câmara Municipal. Sua passagem como chefe do poder legislativo em 2012 o rendeu uma condenação no Tribunal de Contas do Estado. Segundo a Corte, em processo iniciado em 2013, houve fracionamento irregular de despesa com vistas a burlar a regra de licitação.

O processo foi transitado em julgado somente em 2018. Como consequência, o nome de Bruno Melo passou a integrar a lista de gestores públicos com contas reprovadas. Na prática, o atual líder do possível partido de Jair Bolsonaro se tornou um alvo de pedidos de impugnação de candidaturas, caso fosse novamente candidato à reeleição em 2020.

A partir de 2021, apesar de ser um ex-parlamentar, Bruno Melo permaneceu na direção da uma entidade representativa de vereadores.

A UVERN é mantida através de repasses de Câmaras Municiais filiadas. Portanto, chama a atenção que uma instituição que recebe dinheiro público tenha como dirigente alguém condenado pelo Tribunal de Contas e potencialmente alvo de impugnações da Justiça Eleitoral. A mesma preocupação vale para o cargo de presidente do Patriota, já que o partido irá receber recursos do fundo partidário.

Durante as quatro eleições que disputou, Bruno Melo declarou à Justiça Eleitoral possuir bens apenas em duas oportunidades. Em 2008 afirmou ter um veículo do modelo Gol fabricado em 1999. Já em 2016, informou ao TSE ter o montante de R$ 2.300 depositado em conta corrente.

Ainda sobre questões financeiras, o aliado de Rogério Marinho apresentou um recurso junto ao TCE. Dentre as alegações, solicitou o parcelamento da multa imposta pelo órgão. O vereador alegou que o débito de R$ 500 poderia comprometer sua renda e prejudicar a educação dos seus filhos. Por outro lado, em 2019, Bruno Melo abriu uma loja de veículos com capital social no valor de R$ 200 mil, conforme dados disponíveis pela Receita Federal. Sendo assim, o valor da obrigação financeira representa ínfimos 0,25% da empresa aberta dois anos depois.

Ainda é importante destacar que, com base em dados públicos, o representante do bolsonarismo no RN teve uma evolução patrimonial de quase 8.600% de 2016 para 2019.

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