“A revolução nas cidades é a inclusão social das maiorias que vêm desde a escravidão e continuam nas senzalas”. Este é o desafio do pós-pandemia na avaliação do médico epidemiologista e professor, Ion de Andrade.
Em entrevista ao Balbúrdia desta terça-feira, 29, ele disse que a chave de leitura para entendermos o que vem depois da pandemia é a marca da nossa sociedade. “A gente vive no Brasil a invisibilidade dos mais pobres”, afirmou.
Para Ion de Andrade, a sociedade precisa entender que as desigualdades que estão postas hoje “e que compõem um certo velho Brasil pré-pandemia” não podem se perpetuar.
“O pós-pandemia deveria representar uma virada na nossa sociedade capaz de enfrentar os problemas que são prioritários para o povo”, ressaltou.
A questão central apontada por Ion é que nossas periferias vêm sendo abandonadas continuamente de equipamentos coletivos que possam oferecer às comunidades o preenchimento do tempo com atividades construtivas. “O Apartheid é o que alimenta a sociedade em que vivemos”.
O médico epidemiologista também falou sobre o quadro atual do Rio Grande do Norte na pandemia, a perspectiva “da gente ter um controle da pandemia em novembro, levando em consideração a questão da vacinação”, e a desigualdade na distribuição de vacinas em Natal, “indícios de uma gestão que privilegia uma parte da cidade”.
Confira entrevista na íntegra.