As fortes suspeitas de que Jair Bolsonaro tinha conhecimento de um esquema de corrupção montado no Ministério da Saúde para a compra de vacinas importadas da Índia levaram as organizações de trabalhadores e trabalhadoras a antecipar para 3 de julho os protestos que cobram o impeachment do presidente da República.
A data divulgada anteriormente, 24 de julho, está mantida no calendário de mobilizações. Porém, até lá outras manifestações devem ocorrer pelo país.
No Rio Grande do Norte, uma reunião com dirigentes das Frentes Brasil Popular, Povo Sem Medo, organizações sindicais e sociais deve definir hora e local das manifestações em Natal (RN). As duas últimas, em 29 de maio e 19 de junho, foram realizadas a partir do campus central do IFRN com passeata até as imediações da Árvore de Mirassol. Os detalhes dos protestos em Mossoró e demais municípios potiguares serão definidos nos próximos dias.

Covaxin
O bombástico depoimento do deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), parlamentar da base bolsonarista no Congresso, revelou que o nome citado pelo presidente Bolsonaro (sem partido), como responsável pelo esquema pela compra da vacina indiana Covaxin, com preço superfaturado, é o do deputado Ricardo Barros (PP-PR), um dos principais parlamentares do centrão e ex-ministro da Saúde no governo Michel Temer.
A base eleitoral de Jair Bolsonaro vem diminuindo e a CPI da Covid no Senado tem aumentado o desgaste político do presidente, que vive seu pior no momento no cargo. De acordo com dados do Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), divulgada nesta segunda-feira (28), Bolsonaro já perdeu um terço do eleitorado que o ajudou a subir a rampa do Palácio do Planalto em 2018. Os entrevistados indicam que podem migrar o voto para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os dados da pesquisa foram revelados pelo jornal Estado de S.Paulo.