Trabalhadores da Enfermagem aderem a paralisação nacional e realizam atos em Natal
Trabalhadores da Enfermagem – incluindo enfermeiros, técnicos, auxiliares e parteiros – realizaram paralisação nacional nesta quarta-feira (30) para reivindicar principalmente aprovação do piso salarial e da jornada de 30 horas semanais. Em Natal, o dia de luta incluiu dois atos unificados com os Sindicatos dos Servidores Municipais Natal (Sinsenat), dos Enfermeiros do Rio Grande do Norte (Sindern), Estadual dos Trabalhadores em Educação do Ensino Superior (Sintest) e dos Trabalhadores em Saúde do Estado do Rio Grande do Norte (Sindsaúde/RN).
Pela manhã, o grupo de profissionais se reuniu na rua Ângelo Varela, no bairro Tirol; e à tarde, fizeram uma caminhada do Hospital Rio Grande até o Walfredo Gurgel.
A coordenadora-geral do Sinsenat Soraya Godeiro destacou que a aprovação do PL 2564/2020 significa a valorização de uma categoria que sustenta a assistência do Sistema Único de Saúde no setor privado.
"O Sinsenat há anos trava essa luta dos profissionais de enfermagem na cidade de Natal. Foram anos para garantir a redução da carga horária para 30h sem redução salarial. Uma luta que tem que ser ampliada para todo o estado e para todo o país", afirmou.
A intenção é pressionar o Senado para pautar o Projeto de Lei 2564/2020, que tem autoria de Fabiano Contarato (Rede-ES) e relatoria de Zenaide Maia (PROS-RN). A proposta institui piso salarial de R$ 7.315 para enfermeiros, R$ 5.120 para técnicos, e R$ 3.657 para auxiliares e parteiros.
“Nossa profissão é extremamente explorada, desde os tempos do presidente Café Filho, há quase 70 anos, a Enfermagem luta pela carga horária de 30 horas semanais. Os políticos têm feito várias promessas e não colocam em pauta”, contextualiza a diretora do Sindsaúde/RN Kelly Pinheiro Teixeira, explicando que o projeto de lei conta com apoio da metade dos parlamentares, mas o presidente, o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), precisa colocar em votação.
Kelly explica que os técnicos chegam a ganhar menos que o salário mínimo após descontos previdenciários e as jornadas são exaustivas.
“No setor privado chegam a dar de 14 a 15 plantões mensais de 12 horas, e recebem menos de um salário mínimo, que sabemos, é muito defasado. Subiram muito cesta básica, conta de luz, gasolina e gás”, reclamou a profissional sindicalizada, ao lembrar que a covid-19 aumentou as dificuldades por que passa a categoria.
“Desde o ano passado, quando começou a pandemia, a Enfermagem teve mais visibilidade, com os profissionais mais na linha de frente. Tanto que houve muitas mortes de pessoas dessa área, principalmente de técnicos, mais ligados à assistência”, ressaltou Kelly Pinheiro.