Centrais sindicais divididas no RN: CTB adere ao movimento do dia 12, CUT não participa e Conlutas propõe novo ato
Natal, RN 25 de abr 2024

Centrais sindicais divididas no RN: CTB adere ao movimento do dia 12, CUT não participa e Conlutas propõe novo ato

10 de setembro de 2021
Centrais sindicais divididas no RN: CTB adere ao movimento do dia 12, CUT não participa e Conlutas propõe novo ato

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As centrais sindicais do Rio Grande do Norte estão com posicionamentos diferentes quanto a participação no ato unificado, marcado para 12 de setembro, convocado pelos movimentos de direita MBL (Movimento Brasil Livre) e Vem Pra Rua. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) deliberou que não vai participar do movimento.

Já a Conlutas Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas decidiu, nesta sexta-feira, 10, que vai buscar adesão a um novo ato, no dia 14, quando servidores públicos deverão realizar uma caravana a Brasília em protesto contra a Reforma Administrativa (PEC 32).

"Não iremos aos atos convocados pelo MBL no próximo dia 12, mas defendemos que é preciso realizar um novo dia unificado de manifestações e, nesse momento, esse dia deve ser construído com todas as organizações sindicais, populares e os partidos políticos que estiverem dispostos a levantar o Fora Bolsonaro e a defesa das liberdades democráticas. Com essa ampla unidade de ação o objetivo é levar para as ruas todos aqueles e aquelas que se opõem a Bolsonaro e que estão dispostos nesse momento a fazer essa luta direta", explica a organização em nota.

Confira nota na íntegra:

Pela construção de um novo ato unitário pelo Fora Bolsonaro e em defesa das liberdades democráticas. Ditadura nunca mais!

Após o festival de ameaças golpistas promovidas por Bolsonaro e sua tropa, no último dia 7 de setembro, é indiscutível que se torna ainda mais urgente ampliar as ações unificadas e intensificar a mobilização para botar para fora esse governo de ultradireita, em defesa da vida e das liberdades democráticas e, para isso, é necessária a mais ampla unidade de ação nas ruas.

Bolsonaro é um defensor da ditadura militar, da tortura e com relações espúrias com milícias. Já demonstrou que seu projeto é promover um autogolpe para impor um governo autoritário e se perpetuar no poder. Apesar de não ter o respaldo do imperialismo, da maioria da burguesia ou mesmo da população para isso, não está descartado que siga patrocinando alguma ação nesse sentido, como indica sua escalada autoritária no último período.

Por trás dessa ameaça golpista, temos uma política ultraliberal que vem aprofundando a piora das condições de vida dos trabalhadores e trabalhadoras, principalmente os/as mais pobres, e a destruição do país.

Além da política genocida que já custou a vida de quase 600 mil brasileiros e brasileiras, temos mais de 14 milhões de desempregados, um mercado de trabalho marcado pela informalidade e condições precárias; a disparada na inflação que já se aproxima dos dois dígitos; uma carestia insuportável no preços dos alimentos, dos combustíveis, do gás de cozinha, das tarifas de energia; o aumento da fome e da miséria. Assistimos ainda a política de “passar a boiada”, com reformas e medidas que retiram direitos; a entrega nossas estatais; a destruição do meio ambiente; ataques aos servidores e aos serviços públicos, violência contra os povos originários, quilombolas e camponeses; despejos violentos no campo e na cidade; aumento da opressão às mulheres, negros e negras e LGBTQIA+, entre outros ataques.

Colocar para fora esse governo, portanto, trata-se de uma necessidade imediata do povo brasileiro e uma tarefa das direções do movimento.

O próximo dia 14 será um dia de luta unificado dos servidores públicos, com a realização de uma caravana a Brasília, em mais uma importante mobilização para barrar a Reforma Administrativa (PEC 32) apresentada por Bolsonaro e Paulo Guedes. Nossa Central é parte ativa dessa luta e estará presente.

Já ocorreram cinco dias nacionais de luta organizados unitariamente pelas organizações que compõem a Campanha Nacional Fora Bolsonaro e frente às ações autoritárias promovidas por Bolsonaro nesse último dia 7, é necessário marcar o quanto antes um próximo dia nacional de mobilização pelo Fora Bolsonaro, bem como as Centrais Sindicais finalmente partirem para a construção de uma Greve Geral.

Não iremos aos atos convocados pelo MBL no próximo dia 12, mas defendemos que é preciso realizar um novo dia unificado de manifestações e, nesse momento, esse dia deve ser construído com todas as organizações sindicais, populares e os partidos políticos que estiverem dispostos a levantar o Fora Bolsonaro e a defesa das liberdades democráticas. Com essa ampla unidade de ação o objetivo é levar para as ruas todos aqueles e aquelas que se opõem a Bolsonaro e que estão dispostos nesse momento a fazer essa luta direta.

Nesse marco de unidade para a ação direta, nossa Central preservará sua autonomia, independência de classe, a defesa das pautas classe trabalhadora, por empregos, direitos e em defesa de um programa contra a crise e o ajuste neoliberal.

Para nós, essa ampla unidade de ação para derrubar o governo, contudo, não se confunde de forma alguma com estratégias eleitoreiras como as que, equivocadamente, vêm pautando o PT e várias organizações da Frente Fora Bolsonaro ou os setores que agora convocam atos para o dia 12, que também se movem para viabilizar uma candidatura burguesa, supostamente de “3ª via” ou qualquer outra da direita liberal.

Chega de submeter a luta em defesa dos interesses da classe trabalhadora ou a luta pra botar pra fora esse governo ao mero calendário eleitoral. Isso é inaceitável e, mais do que isso, perigoso, diante de um governo de ultradireita, autoritário e golpista que ameaça fechar o regime no país.

Derrubar o governo de ultradireita de Bolsonaro e Mourão é a necessidade mais imediata e urgente em defesa da classe trabalhadora. É preciso ser consequente na construção da unidade de ação para botar abaixo esse governo. Vamos todos juntos, nas ruas, pelo Fora Bolsonaro e Mourão. Rumo à Greve Geral. Ditadura, nunca mais! Chega de mortes, miséria e desemprego!

Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas

10 de setembro de 2021

Enquanto isso, a Central dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil RN (CTB-RN) decidiu aderir ao ato, com o entendimento de que as pautas de pedido de impeachment do Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de melhoria das condições sociais no país coincidem com os propósitos da organização.

"Nós não podemos esperar as eleições [de 2022].A CTB tem clareza que é preciso derrotar Bolsonaro o mais urgente possível", afirma Celino Bezerra, presidente da CTB-RN.

"Sete reais de de gasolina ninguém suporta mais. A fome aí tá claro. Seria uma insensibilidade a gente esperar ainda as eleições, enquanto o povo está passando fome, para resolver o problema do povo brasileiro", argumenta.

Bezerra também explica que a organização é favorável a criação da Frente Ampla, uma formação política que uniria partidos a favor da democracia e contra Bolsonaro.

Por todo o país, os protestos puxados pelo MBL e Vem Pra Rua para o dia 12 dividem opiniões e afastam lideranças de esquerda e de direita. As manifestações pretendem unir forças para pedir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), com a participação de partidos do centro e de esquerda, além das siglas de direita.

Contudo, os dois movimentos nacionais foram participantes dos atos que resultaram no impeachment de Dilma Rousseff (PT) e apoiaram a candidatura de Jair Bolsonaro, desembarcando do atual governo em 2019. Lembrança que se mantém viva na memória da esquerda do país.

Nacionalmente, dentre os partidos confirmados para participar das manifestações, estão o Novo, o Cidadania, o PSL e o PSDB. O MBL também confirmou a presença nos palanques do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-GO) e do senador Álvaro Dias (Podemos-PR). Também confirmou participação O PDT, de Ciro Gomes.

No Partido dos Trabalhadores, a presidente nacional da sigla, Gleisi Hoffmann, se manifestou favorável ao ato nas redes sociais, enquanto o correligionário dela, Jean Wyllys, foi contrário e pediu atos independentes do MBL.

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