OAB tem sido apática a temas polêmicos, avalia advogada Elisângela Fernandes
A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte (OAB/RN) está apática na discussão de temas polêmicos e relevantes. “Essa é a grande verdade”, segundo a advogada Elisângela Fernandes, que é pré-candidata à presidência a instituição pelo movimento "Por uma Ordem Progressista" e concedeu entrevista ao Programa Balbúrdia desta segunda-feira (20).
Na avaliação de Elisângela, que também é enfermeira, a Ordem dos Advogados poderia ter sido protagonista durante a pandemia, contribuindo para o combate à covid-19.
“Poderia ter mediado os diálogos entre o governo do Estado e a Prefeitura de Natal, que foram confusos. Apenas trouxeram mais insegurança para a nossa sociedade, perante o combate à pandemia.”, ressaltou, apontando o impeachment do presidente Bolsonaro como outro tema silenciado, que deveria estar em pauta.
“Em relação ao impeachment, uma vez encontrada a previsão legal para que ele aconteça, não pode ser recusada a sua avaliação. Isso é um posicionamento que a OAB inclusive tem que tomar, de estudar esses pedidos, se for o caso, criar uma comissão específica pra acompanhar”, disse ela, ao afirmar também que a OAB, como fiscalizadora da lei e defensora da democracia, não deve fugir desse tipo de questão. “São as polêmicas que a presidência da seccional exige debater internamente”.
Elisângela diz ainda que a “OAB tem costume de fazer política com compromissos com cargos”, em razão de projetos pessoais. De acordo com a advogada, as eleições começam com a venda de cargos. “As pessoas estão interessadas em escolher um nome e já vão definindo espaços no Conselho Federal e dentro do Conselho Estadual. Vão vinculando as eleições das subseccionais...”, critica.
Para ela, é necessário que a Ordem permita que as comissões temáticas trabalhem de forma independente e conta que sua pré-candidatura evoca a equidade de gênero. Apesar de maioria feminina, o RN nunca teve uma presidenta.
Segundo a representante do movimento progressista, é preciso criar condições para que a advogada atue, permitindo o acolhimento às mulheres, reduzindo as desigualdades e colocando para fora o machismo velado.
“Eu quero – enquanto mulher advogada – abrir esse caminho. Construiremos uma OAB inclusiva para advogados e advogadas”, comenta sobre seu projeto.