O xadrez da política do RN ainda apresenta cenários turvos
Natal, RN 29 de mar 2024

O xadrez da política do RN ainda apresenta cenários turvos

7 de outubro de 2021
O xadrez da política do RN ainda apresenta cenários turvos

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A pesquisa eleitoral realizada pelo Instituto Perfil, em parceria com o AGORA RN e divulgada ontem (7), mantém um cenário em que a governadora Fátima Bezerra bem à frente, com 30,5% das intenções de votos, mas tem o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT) como um rival em potencial, com seus 22,8%, o que revela o potencial eleitoral que esse político oscilante tem.

Deve ser registrado que o senador brucutu, Styvenson Valentim, foi lembrando por 12,6% dos pesquisados, sendo que o senador é hoje muito próximo do bolsonarismo. O deputado federal Benes Leocádio, o bolsonarista de plantão, que se lançou candidato ao governo, foi “votado” por 2,6% dos entrevistados.

O chafurdo que a oposição local tem feito concentra-se na tentativa de construir um arco de alianças eleitorais que recupere a força dos conservadores no Rio Grande do Norte, juntando os cacos desse grupo, derrotado em 2018, mas que está presente em todos os setores da sociedade potiguar, ou seja, precisamos ter em mente que governar não significa necessariamente comandar, embora estando no centro do poder, o Executivo.

O ex-deputado federal Rogério Marinho, que hoje está no governo Bolsonaro manuseando um orçamento milionário, é o grande articulador da oposição e sua “campanha” vem sendo articulada pelo prefeito de São Tomé, Anteomar Pereira da Silva, o “Babá”, hoje presidente da Federação dos Municípios do RN (FEMURN), um importante núcleo articulador de prefeitos e não se furta em dizer que Marinho tem sido um formidável repassador de recursos para os municípios, ou seja, um ministro do governo federal utiliza o orçamento federal para construir seu “capital eleitoral” sem nenhuma desfaçatez.

É claro que há “franco atiradores” como o destemperado deputado estadual, o tal “coronel” Azevêdo, que atua como bufão da oposição no púlpito da Assembleia Legislativa, proferindo discursos raivosos contra a governadora. Sua função é fazer chegar aos eleitores a mensagem de que o governo simplesmente roubou o dinheiro mandado pelo governo federal para o combate à pandemia e isso fortalece, sem dúvida, os opositores locais.

Há, no momento, uma certa confusão na oposição, que não é um bloco homogêneo, e isso fica claro quando se coloca o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves, ora como candidato ao governo do Estado, ora senador e o próprio citado não dá sinais da sua escolha, até porque, como cabe na tradição política local, os acertos dependem de muitas coisas que não passam necessariamente pelo campo da política.

Há ainda o atrelamento das campanhas majoritárias, governo e Senado, o que torna ainda mais complexa a formação de candidaturas, pois os vários grupos e clãs, buscam ocupar espaços, até porque, em caso de vitória, cada uma vai buscar seu quinhão. É assim que a política tradicional se movimenta e não é de hoje. De fato, desde a Proclamação da República, em novembro de 1889, os jogos eleitorais se desenvolvem com essa lógica.

Muita água ainda vai rolar nesse moinho chamado RN.

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