Entenda por que a mídia independente se mobiliza para cobrir eleições na América Latina
Natal, RN 28 de mar 2024

Entenda por que a mídia independente se mobiliza para cobrir eleições na América Latina

9 de novembro de 2021
5min
Entenda por que a mídia independente se mobiliza para cobrir eleições na América Latina

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A Agência Saiba Mais se soma à rede ComunicaSul – Comunicação Colaborativa para cobrir as Eleições presidenciais do Chile, que serão realizadas em 21 de novembro. A parceria vem de 2019, quando o editor Rafael Duarte acompanhou também o pleito da Argentina, mas o grupo existe desde 2012, com o objetivo de tornar plurais grandes coberturas da América Latina.

Para viabilizar a viagem, a Agência lançou uma rifa. Confira o resultado.

O Programa Balbúrdia desta terça-feira (9) foi especial sobre a importância da presença da mídia independentes nesse tipo de evento. Dividiram a tela, Rafael Duarte e os jornalistas Felipe Bianchi, Caio Teixeira e Leonardo Wexell Severo.

“Se não são os aguerridos companheiros viajarem, a gente que tem que ver a grande mídia traduzir notícia da França pra informar a gente sobre o que tá acontecendo aqui do lado”, explicou Bianchi, do Barão do Itararé.

O debate sobre as eleições é interditado como também são as discussões para tornar mais diversa e democrática a mídia, segundo Felipe, quando são divulgados equívocos sobre o que é a regulação. “A desinformação não é uma novidade. A história do continente está repleta de desinformação”, aponta.

Leonardo Severo, jornalista do Hora do Povo e colaborador da Carta Maior, Diálogos do Sul e Correios da Cidadania, comenta que o objetivo do seu trabalho é em romper o monopólio da grande mídia.

Severo aproveita para contar um episódio recente: hoje viu uma notícia na sua timeline do Facebook, publicada por um dos filhos de Bolsonaro, que fazia elogios a uma ação da polícia que executou seis assaltantes a bancos. Calmamente, o comunicador diz que se pronunciou escrevendo que se tivesse que executar alguém teria que ser Bolsonaro e os donos de bancos, que tiram a vida de milhões de trabalhadores. E com isso, foi bloqueado pela plataforma temporariamente.

“Nós temos um lado da notícia que é sempre o dos grandes anunciantes, dos donos do capital especulativo e do outro a realidade dos trabalhadores, precarizados, das donas de casa que ficam submetidas a um trabalho semiescravo, dos jovens que estão cada vez mais sem direitos.”, contextualiza, e após refletir sobre alguns temas, coloca que algumas pessoas ficam isoladas sem jamais um jornalista sequer pensar em colocar um microfone, tirar uma foto.

Na Guatemala tentaram impedir que mostrassem a destruição da escola de operários e filhos de camponeses. Na Bolívia, os jornalistas estrangeiros temiam dormir duas noites na mesma cidade, porque também sofriam ameaças. Um argentino foi assassinado.

“Nós nos deparamos com situações assim: uma verdade pra ser dita e uma mentira que é repetida milhões de vezes numa tentativa nazista de fazer com que ela se torne verdade. Daí a importância do ComunicaSul”.

Caio Teixeira lembra que, na última eleição de Hugo Chávez, a imprensa mundial não comunicou a grande dimensão da campanha de Chávez e sempre com a narrativa de que o presidente era um ditador e Henrique Capriles, o libertador.

“Vocês já viram alguma vez um palestino falar? Nunca aparecem falando, nem povo, muito menos dirigentes ou coisa parecida. Jamais. É proibido. E isso legitima o discurso pró Israel”, Caio dá outro exemplo.

Polarização no Chile

No Chile, esquerda e extrema direita lideram as pesquisas eleitorais do pleito que será realizado no dia 21 de novembro. Os favoritos são o deputado de esquerda Gabriel Boric (Aprovo Dignidade / Frente Ampla) e o advogado de extrema direita José Antonio Kast (Partido Republicano), que aparecem empatados em alguns levantamentos.

Além disso, a Câmara dos Deputados do Chile aprovou nesta terça-feira (9) a abertura do impeachment do presidente Sebastián Piñera por suspeitas de corrupção durante seu mandato.
Com maioria simples de 78 votos necessários, os deputados chilenos alcançaram o número necessário para que a acusação pudesse avançar para o Senado. Para o impeachment ser aprovado pelo Senado chileno, ele precisa de dois terços dos votos da casa – no mínimo 29 dos 43 senadores do país.

Segundo a legislação chilena, o Senado tem um prazo de até seis dias após a notificação formal da Câmara para agendar a votação do julgamento político.

Há pelo menos 15 dias, os chilenos realizam protestos em todo o país para exigir liberdade aos presos políticos das manifestações de outubro de 2019.

Confira o Programa Balbúrdia na íntegra:

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